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Alvo de recentes estudos científicos, o assédio moral não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. Usualmente o assédio moral vem sendo conceituado como uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica do indivíduo, de forma repetitiva, tendo por efeito a sensação de inferioridade, incapacidade e exclusão do ambiente e do convívio social (Wanderley, 2008) e caracteriza-se, portanto, como um tipo de violência psicológica. Os principais sintomas apresentados pelas vítimas de opressão no ambiente profissional são crises de choro, dores generalizadas, palpitações, tremores, sentimentos de inutilidade, insônia, depressão, aumento da pressão arterial e passar a beber. Wanderley (2008), afirma que no Brasil pelo menos 40% dos trabalhadores sofreram violência moral. Os Estados Unidos gastam em torno de 30 a 44 milhões de dólares anuais com tratamento da depressão associada aos trabalhadores e na Suécia, de 10 a 15% dos suicídios são ocasionados pelo assédio moral. O presente estudo objetivou elaborar uma ação educativa para compreender a visão que um grupo de alunos da Universidade de Brasília/Faculdade de Ceilândia- Br. têm sobre o assédio moral no âmbito do trabalho e suas abordagens, buscou também conscientizar o grupo sobre as formas de se evitar o envolvimento passivo ou ativo nas práticas de assédio moral, além de concientizar o grupo sobre as consequências desse agravo na saúde dos indivíduos que sofrem esse transtorno. Por fim, apresentando as leis do trabalho, os órgãos públicos e os profissionais de saúde (psicólogos, psiquiatras) a quem recorrer para minimizar seus agravos. O trabalho trata-se de um estudo qualitativo, tendo como método de ação uma intervenção educativa que se fundamentou em um questionário norteador de debate e na realização de uma roda de conversa educativa. Com a análise do questionário, foram eleitos os temas norteadores para serem abordados em saguida na roda de conversa. Após a dinâmica foi realizada uma ação de cunho avaliativo para compreender a persepção dos alunos sobre o tema proposto. O questionário utilizado para a elaboração da ação educativa foi aplicado em alunos da Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia com média de idade de 20 anos, pertencentes a cinco cursos diferentes. Na análise do questionário constatou-se que 52% dos entrevistados já haviam trabalhado e os outros 48% não. Quando questionados o que compreendiam por assédio moral, a maioria, 31%, afirmavam não saber sobre o assunto e desconheciam suas conseqüências. Os que compreendiam e que já tinham convivido afirmavam desconhecer a quem recorrer. Foi a partir desses resultados que se realizou a ação educativa, esta contou com dez participantes, escolhidos aleatoriamente, todos estudantes da Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilâdia. Por ser uma amostra aleatória nem todos os participantes tinham respondido ao questionário. Foi feito um círculo de conversa que durou aproximadamente uma hora sobre assédio moral, esclarecendo dúvidas e discutindo conceitos. Com isso, a primeira preocupação apontada pela ação diz respeito á falta de informação dos brasileiros, que em meio a um mercado de trabalho competitivo e capitalista não sabem da existência dessas práticas abusivas que são tidas para muitos como “normais”, fato agravado pelo quadro cultural brasileiro.Pelo exposto percebe-se a necessidade de uma ação educativa com os jovens, futuros profissionais, para que eles se informem e se previnam deste mal. A ação mostrou o grande interesse por parte de todos os estudantes pelo tema e o reconhecimento de sua importância. Através da análise dos dados obtidos na dinâmica de avaliação foi perceptível a importância da discussão, e o quão foram positivos relatos obtidos. O assédio moral é um tema emergente, atual e crescente no Brasil, o numero de ocorrências detectadas é cada vez maior e tem conseqüências alarmantes tendo como fim em muitos casos o suicídio, o que explicita a grande necessidade de intervenção dos educadores em saúde nesse quadro.