Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ACOLHIMENTO EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA: PERSPECTIVAS DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Rosilene Rocha Palasson, Elisabete Pimenta Araujo Paz, Maria Helena Nascimento Souza, Shirley Linhares, Átila Ferreira Soares Pinto, Paloma Batista

Resumo


Introdução: Acolhimento tem sido a estratégia que representa a possibilidade de alteração do processo de trabalho em saúde, nas ações de acesso e qualidade do atendimento. Tal estratégia deve ser permeada pela perspectiva de integralidade do indivíduo, ética e valorização da humanização das relações. Valorizando que a relação entre os usuários dos serviços e profissionais de saúde seja de escuta e responsabilidade, constituindo vínculos e compromissos entre eles. Mas, mesmo entre os profissionais das equipes de saúde da família, pode ocorrer dificuldade no discernimento da proposta de acolhimento. Objetivo: Neste estudo o objetivo é identificar as concepções acerca do acolhimento na perspectiva dos Agentes Comunitários de Saúde e discutir a vivência desta estratégia entre estes trabalhadores. Métodos: Foi realizado em três equipes de saúde da família, da área programática 3.1, no município do Rio de Janeiro. Ocorreu no período de julho a setembro de 2011, tendo como sujeitos trinta e dois agentes comunitários dessas equipes. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada e para o processamento dos dados, foi utilizado o método de análise temática. Resultados: O acolhimento representa o momento de escuta, identificação e compreensão das necessidades trazidas pelos usuários. Mas, para efetivar a resolutividade exigida pela concepção do acolhimento faz-se necessário a complementariedade da atenção por outros profissionais. A organização pode denotar uma fragmentação do trabalho da equipe, com possibilidade de burocratizar a ação. Os agentes afirmam não desempenhar a avaliação de risco e a continuidade do atendimento ao usuário e pode ser desenvolvido no serviço ou nas unidades de referências. Conclusão: O discurso da concepção coaduna com a literatura revisada, haja vista que a relação deve ser pautada na atenção e no comprometimento com o retorno frente às demandas identificadas. No cotidiano desses profissionais, sua participação no acolhimento tem gerado insatisfações relacionadas à sobrecarga de trabalho e à baixa aceitação por parte dos usuários, pois estes são vistos como dificultadores da consulta com o médico. Desta forma para não reproduzir velhas práticas do acolhimento é constante a reflexão e avaliação para reorganização do processo de trabalho.