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O Acolhimento pode ser entendido como uma ação estratégica de mudança no processo de atendimento na saúde pública, objetivando alterar as relações entre profissionais da saúde e usuários dos serviços. Desse modo, lida com alterações entre o trabalho em equipe multiprofissional em busca da humanização das relações, estabelecendo vínculo e responsabilização das equipes com os pacientes, já que aumenta a capacidade de escuta às demandas apresentadas (1). Acolhimento não é consulta, não é triagem e, com isso, não pressupõe profissional específico para fazê-lo. Cabe àquele que ali recebe o paciente usufruir da “escuta” com um único propósito: compreender a necessidade daquele que fala, com responsabilidade para efetivar uma resolução eficiente para sua demanda (2). O presente relato de experiência tem como objetivo descrever e refletir sobre a atuação das profissionais de Psicologia e Serviço Social enquanto Residentes Multiprofissionais de Saúde na Urgência/Emergência Pediátrica do Hospital São Lucas da PUCRS através da implantação do Acolhimento Psicossocial aos pacientes internados nesta unidade e aos familiares/cuidadores que os acompanham. A proposta surgiu a partir da necessidade das residentes de identificarem a real demanda psicossocial após internação do paciente na unidade, podendo contatar familiares e pacientes independente de interconsulta realizada pela equipe médica ou equipe de enfermagem. O projeto piloto teve início no mês de junho de 2011. As residentes elaboraram um instrumento para nortear a abordagem do Acolhimento Psicossocial, sendo este aplicado em todas as intervenções. Percebe-se, até o presente momento, que a iniciativa das profissionais paulatinamente insere a abordagem psicossocial na equipe de saúde base da unidade, interagindo de forma mais ativa com a equipe através da troca de informações entre os multiprofissionais sobre os pacientes, aproximando-se do modelo biopsicossocial, garantindo aos pacientes e seus familiares atendimento integral. Contudo, a prática também apresenta dificuldades relevantes relacionadas ao curto período de internação dos pacientes na unidade, já que o serviço de urgência/ emergência baseia-se no atendimento imediato. 1- Associação Paulista de Medicina (2008). SUS: O que você precisa saber sobre o Sistema Único de Saúde, v.1. São Paulo: Atheneu. 2 - Ministério da Saúde. Brasil. (2009). Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência. Brasília: Editora MS.