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Introdução: O abandono ou a não adesão a tratamentos de saúde é uma realidade que merece atenção por parte dos serviços de saúde (BUSNELLO et al, 2001). Há vários relatos na literatura sobre o abandono de tratamentos por parte de pacientes acometidos por doenças crônicas, em especial daqueles com condições socioculturais e econômicas desfavorecidas (MARQUES; KONDO, 1998). A Fisioterapia, por atuar sobre problemas musculoesqueléticos crônicos, requer um tratamento prolongado para atingir seus objetivos de reabilitação e orientação do paciente. A UFRGS, num convênio com a prefeitura, tem desenvolvido ações no distrito Glória-Cruzeiro-Cristal, o qual abrange uma área desfavorecida da cidade de Porto Alegre. Neste distrito, o atendimento em fisioterapia restringe-se a serviços de média complexidade, sendo o Centro Municipal de Reabilitação (CMR), localizado no Centro de Saúde Vila dos Comerciários, a referência para tratamentos em Fisioterapia de 18 unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Objetivo: os objetivos deste estudo foram identificar, em relação aos usuários de três unidades de ESF, (1) os motivos de encaminhadas ao CMR, (2) o percentual de adesão, não-adesão e abandono ao tratamento e (3) os motivos de abandono ou não adesão ao tratamento fisioterápico. Metodologia: A população contemplada neste estudo corresponde aos usuários encaminhados ao CMR no ano de 2009 por três unidades de ESF pertencentes ao distrito, nas quais alunos do curso de Fisioterapia desenvolvem atividades junto à comunidade. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da UFRGS e foram analisados 73 prontuários de usuários encaminhados ao CMR por três ESF e realizadas 21 entrevistas telefônicas. Resultados: os resultados demonstraram que 52% dos usuários encaminhados ao serviço não iniciaram a fisioterapia, 45% abandonaram o tratamento e apenas 3% finalizaram o tratamento e obtiveram alta. Predominaram usuários encaminhados com o diagnóstico de algias (39,7%) e de doenças ortopédicas (26%). Nas entrevistas telefônicas, constatou-se que a principal causa de abandono ao tratamento (44,4%) foi a dificuldade de acesso ao local de tratamento. Conclusão: Os resultados sugerem baixa adesão de usuários de ESF do distrito Glória-Cruzeiro-Cristal ao tratamento fisioterápico prestado no CMR e indicam a necessidade de desenvolver-se ações no âmbito da Fisioterapia mais acessíveis a comunidade, o que poderia ser viabilizado com a atuação de fisioterapeutas junto às equipes de ESF.Palavras-chave: Fisioterapia, adesão a tratamento, SUS.