Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CARTOGRAFANDO A EDUCAÇÃO PERMANENTE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
Marcela Pimenta Muniz, Claudia Mara de Melo Tavares

Resumo


A presente pesquisa surgiu a partir da inquietação referente aos processos educativos permanentes junto à equipe de enfermagem que tem se desenhado no contexto do hospital psiquiátrico, pela elaboração de dissertação de mestrado. O objeto de estudo foi a institucionalização da educação permanente da equipe de enfermagem no contexto de um hospital psiquiátrico. Essa pesquisa teve como objetivo descrever os processos educativos permanentes para a equipe de enfermagem que ocorrem em um hospital psiquiátrico, identificando as lacunas e as potencialidades destes processos educativos para a equipe de enfermagem. Foi desenvolvida uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratório, com base no referencial teórico-metodológico da Análise Institucional. A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante e de grupo focal. Os dados foram analisados com base na Análise Institucional e nos preceitos da Reforma Psiquiátrica. Apresenta-se como resultado a elaboração de uma cartografia a respeito dos processos educativos em enfermagem no cotidiano do hospital psiquiátrico. De acordo com as demandas da Reforma Psiquiátrica, o papel dos serviços de saúde deve ser o de garantir a visão do portador de sofrimento psíquico como cidadão, onde o tratamento não deve servir de tutela, mas sim de libertação. Para isso, é necessário que as equipes de enfermagem participem de espaços educativos onde possam refletir a respeito das novas práticas de cuidar no campo psicossocial, onde possam falar e ouvir sobre as implicações da Reforma Psiquiátrica para as equipes de enfermagem e onde possam refazer constantemente os atravessamentos individuais e coletivos dessas equipes sobre o indivíduo psicótico. Concluiu-se que a educação permanente em enfermagem deve ter como principal mote o desempenho de um cuidado como prática social. Deve propiciar que os profissionais de enfermagem busquem abordar o portador de sofrimento psíquico através da responsabilidade com o cuidado humano, com agenciamentos intra-equipe e extra-setor saúde, acompanhando esses portadores em seu dia a dia, isto é, na vida, respeitando-o em suas especificidades, em suas peculiares escolhas e apostando – ainda que provisoriamente – em vê-los usufruindo de um convívio social. Assim, as ações educativas em serviço devem servir para desenvolver novas formas de compreender e interpretar a realidade, questionar, discordar, propor soluções, favorecer a reflexão em favor da sociedade.