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Introdução O trabalho é fruto de uma pesquisa ainda em curso que visa investigar, através da utilização do método etnográfico, os possíveis diálogos entre Educação em Saúde e a Educação Popular no trabalho com populações em contextos de pobreza e exclusão. A partir da observação de um grupo de educação em saúde no Complexo da Maré no Rio de Janeiro, busca-se analisar a possibilidade de construção de uma perspectiva popular e dialógica de Educação em Saúde, campo que desde a sua constituição no Brasil é historicamente marcado por um modelo informacional-normativo que se volta para a prescrição de regras e hábitos que muitas vezes não diferenciam as diversidades simbólicas e discursivas das diferentes populações, assim como suas condições culturais. Objetivos Analisar como ocorrem os processos de Educação em Saúde pautados em uma perspectiva popular a partir da observação de um grupo de Educação em Saúde realizado na Vila Olímpica da Maré. Metodologia O método etnográfico foi escolhido como metodologia e a observação participante foi adotada como a principal técnica de coleta de dados. O método de entrevistas semi-diretivas com os profissionais de saúde e frequentadores do grupo também foi utilizado para complementar os dados obtidos através da observação participante. Resultados preliminares A pesquisa ainda está em curso, no entanto, alguns resultados preliminares têm se revelado. Dentre eles destacam-se as dificuldades impostas pela violência urbana na realização grupo, a alta rotatividade de profissionais decorrente da precarização das relações do trabalho em saúde no terceiro setor, o fortalecimento do vínculo entre profissionais e participantes do grupo, a multiplicação das discussões sobre saúde na comunidade a partir dos próprios participantes e a possibilidade de construção de uma prática em saúde mais próxima da realidade da população. Conclusão Os resultados preliminares apontam para a possibilidade de diminuição do fosso cultural ainda existente entre profissionais e população a partir de uma perspectiva popular de educação em saúde que tome como ponto de partida os saberes da população. Este processo vem ocorrendo ainda de forma fragmentada em experiências marcadas pela transitoriedade, no entanto, já sinaliza a possibilidade da emergência de novos padrões de enfrentamento dos problemas de saúde caracterizados pela integração entre o saber técnico e o saber popular.