Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Análise de Tendência da Epidemia de Aids por Sexo e Faixa Etária em Londrina-PR
Flaviane Mello Lazarini, Regina Melchior

Resumo


Introdução- A epidemia de aids é reconhecida mundialmente como um problema de saúde pública. Para compreender o comportamento dessa epidemia no Brasil é necessário estudar as tendências da incidência da aids em diferentes grupos da população. Além disso, estudos mostram que as diversidades regionais interferem diretamente na efetividade das políticas nacionais desenvolvidas nos serviços de atendimento à aids no país. Objetivo- Analisar a tendência dos casos de aids notificados de Londrina- PR por sexo e faixa etária no período de 1986 a 2008. Metodologia- Trata-se de um estudo ecológico, quantitativo, agregado com abordagem retrospectiva. A população do estudo foi constituída de todos os casos notificados de aids residentes em Londrina-PR (1.912) no período de 1986 a 2008. Os dados foram retirados da base de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). As taxas de incidência de aids foram corrigidas utilizando a técnica de padronização. Foi realizada a análise de tendência da aids por faixa etária e por sexo, dividida em dois períodos (1986-1995 e 1996-2008) para melhor compreensão do comportamento da epidemia. Os modelos lineares explicaram melhor a tendência da epidemia da aids nos dois períodos. Resultados- No período de 1986 a 1995 houve incremento das taxas de incidência em quase todas as faixas etárias e crescimento da epidemia em ambos os sexos (p< 0,001), mais acentuado no sexo masculino, nas faixas etárias que vão de 14 a 39 anos. No segundo período na faixa etária de 14 a 29 anos ocorreu queda significativa no sexo masculino, o incremento passou de 0,88 no primeiro período para -0,87 no segundo. Destaque para a faixa etária de 50 anos e mais em mulheres que apresentou aumento significativo nas taxas de incidência de aids(p=0,019). Conclusão- A epidemia de aids teve um crescimento exponencial até 1995. A partir de 1996 houve declínio das taxas de incidência, porém não em todas as faixas etárias. A queda das taxas de incidência em ambos os sexos no segundo período aponta para uma estabilização da epidemia de maneira geral, porém o aumento significativo nas taxas em mulheres de 50 anos e mais aponta para a feminização da epidemia de aids nessa faixa etária.