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A literatura aponta a existência de um número significativo de crianças que apresentam dificuldades características do Transtorno Negativista Desafiante (2% a 16%), as quais variam de uma atitude de oposição a um estado constante de desafio e hostilidade em relação às figuras de autoridade, marcadas por frequentes discussões e falta de arrependimento. A literatura sugere também que tais dificuldades estão associadas a um estilo educativo de tipo controlador marcado por superproteção. Sugere ainda que a detecção e intervenção precoce de tais dificuldades podem contribuir a que estas não apresentem uma progressão gradual e acumulativa ao longo do desenvolvimento. Não obstante, os mencionados problemas de comportamento, em geral, não recebem atenção e intervenção apropriadas. Fala-se pouco em intervenção preventiva na infância, apesar do Brasil possuir um número considerável de crianças e adolescentes que necessitam receber atenção especializada. De acordo com a literatura, os cuidados com a saúde mental infanto-juvenil estão longe de ser prioridade no Brasil. Estes dados denotam a demanda de trabalhos de cunho preventivo e da importância de um olhar mais cuidadoso voltado para a promoção de saúde mental na infância. Nesse contexto a presente pesquisa tem como meta avaliar se as crianças matriculadas no Ensino Fundamental I das escolas públicas de Parnaíba-PI apresentam comportamentos característicos do Transtorno Negativista Desafiante, e se estes estão associados às práticas educativas. O estudo realizado é de tipo transversal com amostragem simples, tendo como informantes pais e professores e estima-se a participação de aproximadamente 400 crianças. Esse estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre as dificuldades de ordem comportamental na comunidade escolar da cidade de Parnaíba, a qual se divide em três etapas: triagem, avaliação clínica e intervenção psicoterápica Cognitivo-Comportamental em grupo. Os instrumentos usados na triagem são as escalas Child Behaviour Checklist 6-18 e Teacher Report Form 6-18, ambas baseadas no DSM-IV; os Inventários de Estilos Parentais e de Saúde Geral Autopercebida e um questionário sociodemográfico. Considera-se que detecção e prevenção precoce de comportamentos perturbadores na infância, contribuam para que estes não evoluam a transtornos mais graves na adolescência e vida adulta, fazendo da prevenção uma estratégia promotora da saúde mental.