Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE ATIVAÇÃO DE MUDANÇAS NO ENSINO SUPERIOR DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE A PARTIR DOS DISCENTES: EM BUSCA DE UMA FORMAÇÃO ARTICULADA À CONCRETIZAÇÃO DO SUS
Igor Brasil de Araujo, Maria do Horto Fontoura Cartana, Maria Angela Alves do Nascimento

Resumo


O modelo de saúde brasileiro, pautado pelos princípios do SUS, exige trabalhadores de saúde dotados de visão social abrangente e capacitados para prestar à comunidade cuidados permanentes e resolutivos, assim como críticos diante da tomada de decisões. Para tanto, é necessário na formação superior que se estimule uma atuação interdisciplinar multiprofissional por meio da construção de um novo modelo pedagógico que equilibre a excelência técnica e a relevância social, com métodos de ensino-aprendizagem centrados no aluno e desenvolvidos como processo permanente. O objetivo deste estudo é propor estratégias para a ativar mudanças na formação superior de profissionais de Saúde, idealizadas pelos próprios estudantes. Trata-se de um estudo crítico-propositivo, que utilizou como técnicas de coleta de dados a realização de grupos focais com membros do Movimento estudantil do curso de Enfermagem de uma instituição de ensino superior do interior da Bahia, tendo como matriz orientadora o método de Planejamento Estratégico orientado por Objetivos (ZOPP) para a construção de estratégias e ações; tais grupos foram guiados por roteiro deste método de Planejamento Estratégico em que surgiram categorias analíticas acerca de como mudar o ensino no curso de Enfermagem desta instituição, tendo como sujeitos deste processo discentes, docentes e gestão institucional. Os dados foram coletados entre janeiro e abril de 2011, após consentimento favorável do CEP/UEFS. Os resultados evidenciaram que, para que o ensino mude e comece a utilizar metodologias ativas de educação, docentes devem incorporar um novo paradigma de formação e os estudantes devem estar abertos a este movimento. As ações delineadas evidenciam as seguintes estratégias: diálogo e articulação docente/discente de forma ativa; necessidade de planejamento de ensino baseado na conjuntura e perfil discente; formação política para discentes e docentes; problematização de conteúdos a partir da vivência dos educandos; extração de casos dos serviços e de estudos locais como alicerces do ensino. Dessa forma, poder-se-ia concretizar práticas dos profissionais que reconhecessem o caráter subjetivo e de contexto de vida individual e coletivo, garantindo a resolubilidade das ações e a efetividade de práticas.