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O Brasil com suas políticas de saúde bucal apresenta um esforço para superar as iniqüidades em saúde, com a criação da ESF na tentativa de reorganização da Atenção básica onde os princípios e diretrizes do SUS devem ser priorizados os profissionais de saúde devem se atentar para a proposta desta estratégia ser alcançada e conseguir ter os objetivos concretizados e o objeto de ação transformado, é necessário que haja uma via de comunicação verdadeira e contínua, conhecimento de determinantes sociais em saúde da área coberta, criação de vínculos e construção da cidadania da população. Apesar de considerável melhoria no quadro das doenças orais, a cárie dentária, ainda continua sendo um problema de saúde pública relevante a nível mundial, tem origem multifatorial e a condição socioeconômica está inserida neste contexto onde o feito é mais acentuado em áreas com iniqüidades sociais e em saúde. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a experiência profissional de uma Equipe de Saúde Bucal, do município de Mesquita – RJ, que através da investigação da prevalência de lesões cariosas em crianças, e sua relação com determinantes sociais em saúde, planejou uma abordagem de ação de prática educativa e de atendimento. A amostra foi composta por 296 crianças. As lesões foram quantificadas de acordo com os critérios da OMS, as crianças foram avaliadas 1 ano após o exame inicial. As variáveis socioeconômicas foram coletadas por um questionário direcionado aos pais/responsáveis no momento da consulta, que discursavam sobre (tipo de moradia, renda da família, quantos moradores no domicílio e anos estudados dos pais /responsáveis). Foi possível perceber que a presença de lesões de cárie estava mais associada a famílias que não possuíam moradia própria, não tinham monitoramento com cirurgião-dentista por um período superior a 1 ano, renda mensal familiar de 1 salário mínimo e os pais tinham menos de 5 anos de estudo escolar. Tendo como conhecimento prévio, das características culturais da população coberta foi montada uma abordagem de atuação odontológica, através de práticas preventivas, curativas e educativas alternativas, com teatro, brincadeiras, cinemas, orientações na UBS, igrejas e escolas território coberto, e inclusão dos pais/responsáveis no processo de aprendizagem. Sendo possível perceber que o percentual de demanda espontânea diminuiu 70%, a adesão ao tratamento aumentou em 42 %, a média de aparecimento de novas lesões foi de 1,2 em 1 ano de abordagem. Conclui-se que essa abordagem de conhecimento da população a ser coberta por uma ESF e a criação de vínculos deve ser estimulada, pois a educação deve transformar as práticas profissionais e a própria organização do trabalho, não só transmitindo novos conhecimentos, mas também envolvendo os aspectos pessoais, os valores e as idéias que cada profissional tem sobre SUS, tendo assim satisfação profissional/população e construção da cidadania.