Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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AS (IM)POSSIBILIDADES DA INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA: análise da prática do serviço social em uma unidade de pronto atendimento
Gilvaneide Nunes Silva, Patrícia Barreto Cavalcanti

Resumo


Gilvaneide Nunes da Silva[i] Patrícia Barreto Cavalcantiii] O trabalho teve como propósito compreender e analisar a sistematização da prática do Assistente Social na Unidade de Pronto Atendimento do Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho do Estado da Paraíba, enquanto participe de uma equipe interdisciplinar, na orientação a garantia ao direito a saúde na perspectiva da integralidade da assistência. Remete-se ao debate sobre as políticas de saúde, a integralidade da assistência na saúde e a prática profissional na contemporaneidade. O conceito da Integralidade foi aplicado nesta produção, a partir da compreensão de que o atendimento deve entender o homem enquanto totalidade, bem como a articulação entre os saberes envolvidos nesse processo, notadamente na articulação entre assistência preventiva e curativa. Além disso, temos a compreensão que a Integralidade correspondente a uma crítica da desagregação entre as práticas de saúde pública e as assistenciais. Contudo, para responder as suas próprias críticas, alguns afirmam que a noção de Integralidade exigiria certa “horizontalização” dos programas anteriormente verticais. Para tanto, os que fazem e executam a política de saúde no Brasil, especialmente, na Paraíba deveriam passar a pensar suas práticas, sobretudo sob a luz do horizonte da população a que atendem e das suas necessidades, e nãoma partir do ponto de vista exclusivo de sua inserção específica neste ou naquele programa do Ministério da Saúde. Objetivou-se com este trabalho, de caráter científico, verificar a dicotomia imersa no fazer profissional – o devir a ser e as (im)possibilidades de prática contidas na realidade –, bem como analisar a concepção dos profissionais do serviço social acerca da integralidade da assistência a saúde e quais as implicações na viabilização da integralidade no tocante aos direitos dos usuários. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, de cunho analítico, realizada com 07 (sete) Assistentes Sociais do pronto atendimento do HPMGER. Para análise dos dados, foi utilizada a análise de discurso. O trabalho obedeceu aos pré-requisitos éticos da Resolução 196/96, do CNS, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos. Entre os resultados alcançados em torno da investigação, constatou-se existir uma fissura entre a prática profissional e as possibilidades de prática contida na realidade; a insipiência, por parte de alguns profissionais do serviço social, acerca de informações aprofundadas sobre a integralidade da assistência na saúde e, ainda, que o princípio da integralidade não era visto como um dos fundamentos do SUS, o que acarreta a ineficiência na viabilização da integralidade da assistência no tocante ao acesso aos serviços de saúde pelos usuários, inclusive, pela escassez da sistematização do fazer profissional de assistentes sociais na execução de suas ocupações laborais. Os Assistentes Sociais têm papel fundamental na construção de conhecimento, e é necessário que os profissionais redefinam estratégias e práticas de acordo com os princípios do SUS e da realidade, levando o usuário a ser responsável pelo seu tratamento e reabilitação física, emocional e social. PALAVRAS-CHAVE: Política de Saúde, Integralidade da Assistência, Direito a saúde e Prática profissional. [i] Mestranda em Políticas Públicas pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba e pesquisadora do Setor de estudos e Pesquisas em Saúde e Serviço Social/SEPSASS. [ii] Profª Drª do programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba e orientadora desta produção e Coordenadora do Setor de estudos e Pesquisas em Saúde e Serviço Social/SEPSASS