Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CORPOREIDADE, CORPO E SAÚDE: ESTUDOS DA TEORIA DE THOMAS CSORDAS
Altamir Trevisan Dutra, Pedro Paulo Gomes Pereira

Resumo


INTRODUÇÃO Este artigo é parte da tese de doutorado em andamento, intitulada provisoriamente como "Corporeidade, corpo e saúde”, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo. Trata-se de uma etnografia realizada com usuários de ações e serviços de um Centro de Saúde da Família. Enfatizo nesse artigo os estudos realizados por Thomas Csordas (2008), em Corpo/Significado/Cura. OBJETIVO Revisar ideias centrais sobre noções de “corporeidade e corpo” a partir dos estudos de Thomas Csordas, buscando identificar relações com a etnografia realizada em uma tese de doutorado. MÉTODOS Trata-se de uma revisão teórica acerca dos estudos sobre “corporeidade e corpo” promovidos por Thomas Csordas (2008) RESULTADOS . O esboço teórico e metodológico de Thomas Csordas sobre rituais de cura entre católicos carismáticos e evangélicos norte-americanos e a Sociedade Navajo Contemporânea explora as implicações dos procedimentos e significados envolvidos no adoecer, no curar e nas relações com o sagrado. Csordas buscou compreender a experiência de “como nos tornamos humanos”. Tomou como premissa o corpo como “base existencial da cultura” [...] um sujeito que é “necessário para ser” (CSORDAS, 2008, p. 367). Enfatiza a dimensão do corpo como uma condição existencial e essencial da vida. Terreno intersubjetivo da experiência. O autor adotou o paradigma da corporeidade como um campo metodológico indeterminado, definido pela experiência perceptiva e pelo modo de presença e engajamento no mundo. Com a perspectiva metodológica da ‘corporeidade’, Thomas Csordas buscou entender a cura religiosa e a eficácia terapêutica. A noção de corpo e o paradigma da corporeidade propostos por Csordas foram empregados na tese para descrever as experiências dos usuários das ações e serviços de saúde. CONCLUSÃO Com Thomas Csordas, o desafio antropológico é enfatizar a dimensão corporificada da experiência. O “corpo” é concebido como unidade dotada de sentimentos e afetos, base da percepção, da prática, da agência e da performance e paradoxalmente da própria pessoa. A corporeidade é concebida pelo autor como campo metodológico. Um modo de apreender a “riqueza existencial do ser-no-mundo” (CORDAS, 2008, p. 18). Na tese, ora utilizei o termo corpo e ora corporeidade. Busquei descrever o significado humano de fenômenos relacionados à saúde, através do uso de estruturas empíricas, conformadas pela etnografia.