Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE NO BRASIL
Débora Regina Marques Barbosa, Manoel Guedes de Almeida, Matildes Marques Barbosa, Lidiane Mota Martins

Resumo


INTRODUÇÃO A tuberculose (TB) adquiriu traços característicos não limitados à alteração morfofuncional decorrente do processo patológico. Traz consigo aspectos sociais estigmatizastes que, ao longo da história, culminaram em afastamento paulatino dos acometidos de seus ambientes coletivos e afetivos, relegando-os a uma condição de estranheza no que pese seus aspectos psicológicos. Desse modo, o doente assumira uma condição de inferioridade e subserviência, passivo às condições opressoras impostas por uma sociedade lesiva, que desconsidera segundo Maturana (2002) e Almeida et. al. (2011), o Outro como legítimo na construção social. OBJETIVOS Abordar os aspectos sociais, simbólicos e psicológicos do portador de tuberculose no Brasil. MÉTODO Pesquisa etnográfica em rodas de conversa com pacientes portadores de TB e confronto posterior com pesquisa bibliográfica qualitativa em bases relacionadas ao tema e publicações do Ministério da Saúde. RESULTADOS A TB associa-se drasticamente à pobreza (Kritski et. al., 1996). Os processos de migração da população brasileira e favelização, a má distribuição de renda, situações de moradia e atenção geral à saúde estão no epicentro da grave situação registrada no país e sua maior incidência em áreas onde esses fatores são mais presentes. Considerando que a forma de ver uma situação ou uma realidade e sua significação frente a uma realidade é fator norteador, mesmo que subjetivo, de ações, acentua-se o fato de que intervenções neste país devam dar-se na medida de sua realidade. Essa ressignificação da TB e de suas políticas de controle só é possível com um maior incentivo à participação popular e estudos da realidade particular de cada região. CONCLUSÃO Por ser o homem o reservatório principal do bacilo da TB, é sobre ele e suas inter-relações que devem recair as políticas de combate à doença. É nesse sentido que o conhecimento da situação socioeconômica e cultural de uma região é imprescindível ao entendimento completo da cadeia de eventos que levam à perpetuação da doença em determinada comunidade. Apesar de ainda tatear nesse sentido, uma maior participação popular já mostra resultados significativos na construção de Políticas Nacionais de Controle da Tuberculose, com redução conseqüente da prevalência e mortalidade por tal enfermidade no país, frutos da ação reguladora e norteadora das ações em saúde pela maior participação no Controle Social do SUS.