Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Educação e práticas nos serviços de saúde - processos não-formais
Sueli Rodrigues de Sousa, Silvia Magalhães Costa, Nilton Bahlis dos Santos

Resumo


As atividades de educação não-formal são amplamente utilizadas nos serviços de saúde já que as demandas assistenciais exigem uma atualização constante deste profissional. Diversos fatores levam a esta necessidade: o avanço científico e tecnológico; a ampliação de recursos diagnósticos e terapêuticos; o aumento da complexidade do sistema de saúde e questões relativas aos perfis dos pacientes. Os processos de “educação não-formal” abordados neste estudo são entendidos como ações desenvolvidas por iniciativa das equipes atuantes nos serviços de saúde, muitas vezes surgidas por necessidade de atualização dos profissionais e não por intervenção das chefias. As ações envolvem aprendizagem, mas não são formalmente promovidas por instituição de ensino nem fornecem certificados. Este trabalho investigou como os processos não-formais de educação dos profissionais dos serviços se relacionam com sua ação cotidiana, frente aos avanços da produção do conhecimento científico e ao potencial interativo da Internet. O objetivo foi identificar como o desenvolvimento profissional das equipes é afetado pela intensa divulgação de evidências científicas, demandando a adequação de suas condutas às novas realidades criadas pela dinâmica dos fluxos de conhecimento. O estudo foi constituído por análise documental de materiais disponíveis em sítios da Internet e pela coleta de depoimentos realizada por meio de entrevistas e leitura de relatos de experiências. A observação das estratégias de implantação de condutas profissionais nos serviços indicou que o “protocolo” operacional é a principal ferramenta de orientação do trabalho na Saúde, que estabelece convenções a serem seguidas em cada ação de cuidado da saúde. O estudo mostrou que a aplicação dos protocolos nas práticas se faz por meio de ações educativas não-formais referidas como um “treinamento” para o uso desses protocolos e de outras ferramentas. Revelou, ainda, que o compartilhamento dos protocolos lança mão da publicação em espaços coletivos, como os sítios institucionais, e do arquivamento particular em diretórios dos computadores pessoais. A educação para o trabalho na saúde começa na graduação e se estende à aposentadoria, manifesta em diferentes modalidades e nomenclaturas, como formação em serviço, treinamento na prática, entre outras. Ainda é pouco ou nenhum o uso de redes sociais ou de ambientes virtuais de aprendizagem nos processos não-formais de educação, não se considerando o potencial interativo da Internet.