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Sabemos que a educação não acontece somente dentro dos espaços escolares; ela acontece também dentro das famílias, comunidades, locais de trabalho, e na interação do homem com o meio. No dia a dia, estamos constantemente aprendendo e retransmitindo conhecimentos através da interação com a internet, rádio, TV, jornais e revistas. Entretanto, é preciso refletir que mesmo no mundo tecnologicamente avançado em que vivemos, ainda existem pessoas e comunidades vivendo longe de toda essa tecnologia, educação e conhecimento; em parte pelo pouco ou nenhum acesso, em parte pela sua cultura. Desta forma, a educação popular vem sendo uma das formas de educação mais importantes e relevantes, e que vem sendo amplamente utilizada, uma vez que a matéria prima utilizada para transmissão do conhecimento vem a partir dos saberes e das palavras geradas no cotidiano dos próprios indivíduos, assim, se ensina e aprende através da linguagem da própria comunidade, e a partir do que eles entendem pelo tema abordado. É uma forma desafiadora, mas eficaz de ensinar e aprender. Este trabalho tem o objetivo de relatar vivências ocorridas durante atividades de extensão em uma aldeia de índios Kaigangs no Norte do RS. Nesta comunidade, em parceria com a Secretaria de Saúde da aldeia indígena, foram desenvolvidas atividades que contemplaram orientação, prevenção e promoção da saúde, com abordagem na educação popular, e compreenderam oficinas, palestras, debates e encenações sobre diversos assuntos acerca da saúde humana, como a Diabetes Mellitus, o câncer de mama e do colo do útero. Tais atividades mostraram impactos positivos na saúde e na conduta dos índios Kaigangs, uma vez que passaram a demonstrar maior preocupação com sua saúde e a de sua família, aumentando a procura pelos serviços de saúde da aldeia para consultas e exames de rotina, e efetuando maior controle dos níveis pressóricos, glicêmicos, do colesterol e triglicerídeos; onde da mesma forma as mulheres passaram a realizar os exames preventivos do câncer do colo do útero e auto- exame das mamas, já que este sempre foi um grande desafio nesta comunidade em virtude de sua cultura. Com isso, entende-se que a educação deve ser um processo contínuo e permanente, que incentive e cative os indivíduos no sentido de cuidar do seu corpo, provocando neles a mudança de atitudes e valores necessárias para melhorar sua qualidade de vida e saúde, sendo este o papel dos profissionais de levar e facilitar o acesso a esse conhecimento.