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A partir dos movimentos da Reforma Sanitária e da criação e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, houveram uma série de rupturas e reorientações em relação aos paradigmas até então vigentes no campo da saúde. A edificação de um sistema de serviços de saúde que se caracterize igualitário, integral e universal passa por um processo social e político que vai além da formulação de leis e diretrizes, atingindo o cotidiano dos serviços em saúde. Tem sido cada vez mais relevante a idéia de que as políticas de saúde se consolidam mediante a ação dos atores sociais em suas práticas cotidianas, levando-nos a refletir acerca dos processos de trabalho em saúde e da produção de conhecimento que balizam essas práticas. Como uma das ações intersetoriais em consonância com os princípios e diretrizes do SUS e estratégia de reorientação do modelo assistencial vigente, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) vem como um instrumento para a qualificação do serviço dos profissionais da saúde e para iniciação ao trabalho dirigido aos estudantes dos cursos de graduação na área da saúde. O PET-Saúde traz como foco a integração ensino-serviço-comunidade. A educação em saúde surge como um instrumento transformador das práticas na área, pois atua diretamente na construção de novos perfis de formação e atuação dos profissionais, refletindo diretamente na melhoria da atenção prestada a população. Este trabalho se trata de um relato de experiência acerca do aprendizado construído durante a inserção por dois anos no Programa e de como esse conhecimento é repassado para os demais estudantes não diretamente ligados ao PET-Saúde. Assim, analisa-se os aspectos positivos e desafios dessa Estratégia de Educação em Saúde e de como ela se mostra potente na transformação e ampliação do cuidado em saúde. Concluímos que se fazem necessárias ações transformadoras por parte não só do Programa, mas também dos próprios estudantes e profissionais envolvidos, seja como tutor ou preceptor, que devam abranger desde a formação acadêmica até a consolidação de espaços e práticas voltadas para um sistema público de atendimento que cuide das demandas biopsicossociais da população.