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A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial que possui como agente etiológico a espiroquetaLeptospira interrogans. Tanto os cães que sobrevivem à fase aguda da doença e se tornam carreadores assintomáticos quanto os doentes em fase crônica apresentam leptospirúria, que consiste na excreção urinária do agente etiológico no meio ambiente. Este fator representa um grande risco à população humana, uma vez que esta doença possui elevado potencial zoonótico. O objetivo deste estudo foi verificar as alterações da bioquímica renal e hepática de cães diagnosticados soropositivos para Leptospira interrogans na Unidade de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman de Janeiro a Setembro de 2011. Foram realizadas as análises de bioquímica sérica renal (uréia e creatinina) e hepática (ALT, AST, FA e GGT) de 32 cães com leptospirose. A maioria dos animais apresentou azotemia (elevação dos metabólitos uréia e creatinina no sangue), caracterizando a insuficiência renal na leptospirose, principalmente devido à replicação bacteriana que ocorre no tecido renal. Alguns cães apresentaram aumento da atividade sérica das enzimas hepáticas, demonstrando a ocorrência de insuficiência hepática e colestase em alguns casos. No grupo de animais soropositivos para Leptospira icterohaemorrhagiae foi observado um maior nível de insuficiência renal e colestase. A associação dos dados sorológicos com as alterações bioquímicas permite uma caracterização mais rápida do quadro clínico, facilitando tanto o diagnóstico da enfermidade quanto o prognóstico dos animais. E, de certa forma, este diagnóstico precoce pode ajudar a prevenir a transmissão do agente etiológico aos proprietários de cães soropositivos.