Tamanho da fonte:
Educação Permanente (EP) como dispositivo da qualificação da Clínica do Enfermeiro
Resumo
Caracterização do problema: o investimento na formação da Enfermagem e o desenvolvimento do seu papel na equipe tem sido peça-chave na construção do SUS Campinas. Com a implantação do Saúde da Família Paidéia (2001) e o estímulo ao trabalho de equipe, acolhimento e acesso do usuário, a enfermagem se voltou para as interfaces na equipe e a gestão cotidiana do serviço, desfocando a especificidade de seu trabalho. Com o incremento de novos enfermeiros (2008), em sua maioria recém-formados da área hospitalar, com pouca experiência em saúde coletiva, as ações educativas de caráter técnico-informativo desenvolvidas nos distritos, pouco reorientavam o processo de trabalho ou se vinculavam à gestão local e outras instâncias. Descrição da experiência: A partir de 2010, os distritos de Saúde Leste (DSL) e Sul (DSS), apoiados por técnicos do Centro de Educação, desenvolveram processos de EP, problematizando a prática dos enfermeiros de modo a aprimorar sua clínica, baseada na integralidade, na corresponsabilização e no cuidado em Rede. Durante 2011, o trabalho envolveu cerca de 130 enfermeiros dos centros de saúde e serviços de referência, em encontros de 8 horas/mês, alternando momentos de concentração e dispersão. Por caminhos diferentes, no DSL, um dos grupos tratou das atribuições de campo e núcleo e o outro debateu a organização da rede, referenciando-se em portaria sobre Atenção Primária. No DSS, partindo do papel do enfermeiro, compararam-se visões destes profissionais, das equipes e as diretrizes da Secretaria para Atenção Primária. Repactuou-se o atendimento da demanda espontânea em conjunto com gerentes, criando condições para abordar a Clínica, utilizando o referencial da Gestão Clínica. Ambos processos visam aprofundar conceitos sobre a Clínica do Enfermeiro e o Cuidado em Rede das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Efeitos alcançados: É prematuro identificar uma reorientação da prática, mas já é perceptível o fortalecimento da Enfermagem, pela integração entre diferentes lugares e formas de atuação, pela aproximação entre níveis de atenção, pela troca baseada na prática. Recomendações: processos educativos devem estar alinhados com a gestão nos serviços, seja pela garantia de participação, seja pela reorientação do trabalho. Além disso, vários grupos concomitantes requerem cuidado com a singularidade dos aprendizados combinada ao conhecimento que se pretende alcançar.