Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Cidades Saudáveis: ainda um tema relevante?
Rosilda Mendes, André Fischer, Marco Akerman

Resumo


IntroduçãoEste trabalho trata do tema de cidades saudáveis a partir de seus pressupostos e de seus eixos de manifestação. Consideramos, inicialmente, que não há como negar a necessidade imperativa de que o campo da promoção da saúde nas cidades esteja em estreita vinculação com múltiplos setores e múltiplos saberes. Entretanto, mesmo que os temas da intersetorialidade e da interdisciplinaridade estejam presentes em artigos, teses e congressos da área, são constantes as reivindicações da ampliação de interlocutores para que não paire a sensação de “estarmos falando para nós mesmos” sem eficácia suficiente para influenciar as políticas públicas. MetodologiaRealizamos um breve levantamento do estado da arte sobre “cidades saudáveis”, por meio das publicações indexadas pela BVS entre 1986-2010, cotejando-o com a pluralidade de significados que se fazem presentes na leitura de autores, das áreas de ciências sociais, políticas e planejamento urbano, não diretamente filiados ao campo da promoção da saúde, que examinam algumas concepções de cidades e apontam um quadro de desafios a serem enfrentados na contemporaneidade: - Maricato (2010); Souza (2010); Veras (2010); Bauman (2009); Dowbor (1999); Castell & Borja (1996); Ianni (1996); Calvino (1990) Santos (1985); Rolnick (1988). ResultadosOs autores do campo da promoção da saúde pesquisados parecem ocupar-se menos de uma concepção de cidade e de urbanização. Em relação ao quadro de desafios colocado pelos dois conjuntos de autores há uma feliz coincidência o que abre uma bela perspectiva de diálogos interdisciplinares e mútua identificação de possibilidades de cooperação em pesquisa e em participação de eventos científicos, rompendo talvez, a nossa percepção de isolamento de que sempre “estamos falando para nós mesmos”. O que podemos concluir sobre a relevância das “cidades saudáveis?A recuperação empreendida neste artigo procurou retratar algumas dessas tendências em torno do movimento por cidades saudáveis que mais relevante se tornará quanto maior a capacidade de diálogo e interlocução entre atores, pesquisadores, gestores, governos. A aposta é de que, para além dos esforços empreendidos sobre avaliação de resultados, ainda há espaços para revisões e incorporações nas formulações acerca da produção da saúde nas cidades.