Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Educação Popular em Saúde e Práticas Populares de Saúde: interação entre cultura popular e científica
Tayná Maria Gonçalves Varão Silva, Manoel Guedes de Almeida, André Fonseca Nunes, Antonio Allan Camilo Oliveira Silva Sales, José Ivo dos Santos Pedrosa

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Atualmente na formação universitária, os Projetos de Extensão surgem como uma tentativa na mudança no paradigma da formação médica, dotada de uma visão cartesiana do corpo. Neste contexto, as Práticas Populares de Saúde muitas vezes aparecem como um entrave à ação dos profissionais de saúde e são vistas como sinônimo de atraso e subdesenvolvimento. Esquece-se, porém, da capacidade de adesão que essas possuem, principalmente devido ao seu olhar do indivíduo como um todo. É necessário o conhecimento de que a visão que o paciente tem sobre sua própria doença é diferente da compreensão do médico e que as Práticas Populares podem sem utilizadas como um complemento à medicina convencional. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante evento de Extensão Universitária realizada na comunidade Ladeira da Terra, zona rural de Teresina - PI, em dezembro de 2011, foram realizadas rodas de conversa e grupos focais de discussão com os moradores, com o objetivo de conhecer os determinantes sociais, econômicos e culturais locais, além de conhecer os principais agravos e entraves à ação da ESF local. Assim, foi possível o traçado dos determinantes que objetivaram o programa de Extensão. EFEITOS ALCANÇADOS: Nas rodas de conversa, foram abordados assuntos como plantas medicinais e terapias alternativas usadas pelos moradores, ficando clara a influência das chamadas Práticas Populares de Saúde ou Práticas Integrativas e Complementares. Fora relatado o uso de chás e banhos, para tratamento, por exemplo, de Tricomoníase e Vaginites. Também foi observado o caso de um idoso que, mesmo durante um pico hipertensivo, se negou a tomar medicação devido à falta de confiança no tratamento médico. Diante disto, foi possível observar a dificuldade de interação entre as práticas biomédicas e a cultura local, principalmente devido à ausência de integração dessas práticas à formação dos profissionais de saúde como um todo. RECOMENDAÇÕES: Visto isso, é válido um estudo sobre como as Práticas Populares de Saúde influenciam na saúde da comunidade em estudo, além da integração dessas práticas nas Políticas de formação dos profissionais da saúde, a fim de ampliar sua formação e concepções sobre o ser humano e o processo e adoecimento e cura. Assim, é necessária a formação de profissionais comprometidos não somente com o aprendizado, mas também com questões sociais, posturas acolhedoras, reflexão crítica e construção compartilhada do conhecimento.