Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ENSINO NA SAÚDE, FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E RESPONSABILIDADE SOCIAL: O DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇA
Valéria Raquel Alcantara Barbosa, José Ivo dos Santos Pedrosa, Sílvia Alcantara Vasconcelos, Manoel Guedes de Almeida, Michelle Vicente Torres, Anaide Mary Barbosa Santos

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A formação de profissionais da saúde reúne fragilidades relativas ao estímulo ao desenvolvimento de habilidades para estabelecer contato com situações que envolvem sofrimento, dor e morte; sobretudo, quando atinentes a violência - notadamente se a vítima for criança. A violência sexual contra criança é um grave e complexo problema de saúde em nível mundial. No Brasil, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes destaca a importância de formar profissionais da saúde para lidar com situações correlatas; e, a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências prioriza a mobilização das universidades para incluírem nos currículos de cursos de graduação da saúde disciplinas que abordem a questão - o que converge com as orientações das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Em uma Instituição Estadual de Ensino Superior, realizou-se docência para a disciplina de Educação e Saúde em cursos de graduação da saúde, no período de agosto/2008 a julho/2011. O tema da violência sexual contra criança foi identificado como relevante para o programa curricular, por referir-se a problema com magnitude epidemiológica e social na atualidade; ser polêmico e extrapolar os limites do potencial interventivo do setor saúde. Assim, a disciplina discutiu sobre: conceitos e tipologias; mitos/estigmas; epidemiologia, agravos e impactos psicossociais; relação com direitos humanos; sinais, sintomas e conduta expressos pela criança em situação de suspeita ou confirmação de vitimização; responsabilidades profissionais e notificação; trabalho em equipe de saúde e em rede intersetorial; prevenção da violência. Utilizaram-se as estratégias rodas de diálogo e debate com profissionais da saúde e de direitos humanos. EFEITOS ALCANÇADOS: As estratégias pedagógicas se mostraram valiosas para problematizar sobre a temática; o que permitiu aos discentes perceberem potencialidades para a atuação no campo da saúde. RECOMENDAÇÕES: O debate sobre violência sexual contra criança no ensino na saúde exige estratégias pedagógicas favoráveis à desmistificação de ideias em torno do fenômeno, que instigue a compreender o problema sob uma perspectiva ampliada – em rede de atenção, proteção e enfrentamento; articulando momentos teóricos e práticos. Logo, se incitará à construção de habilidades para a prática profissional sensível às singularidades dos usuários e com responsabilidade social.