Tamanho da fonte:
ENSINO NA SAÚDE, FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E RESPONSABILIDADE SOCIAL: O DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇA
Resumo
CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A formação de profissionais da saúde reúne fragilidades relativas ao estímulo ao desenvolvimento de habilidades para estabelecer contato com situações que envolvem sofrimento, dor e morte; sobretudo, quando atinentes a violência - notadamente se a vítima for criança. A violência sexual contra criança é um grave e complexo problema de saúde em nível mundial. No Brasil, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes destaca a importância de formar profissionais da saúde para lidar com situações correlatas; e, a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências prioriza a mobilização das universidades para incluírem nos currículos de cursos de graduação da saúde disciplinas que abordem a questão - o que converge com as orientações das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Em uma Instituição Estadual de Ensino Superior, realizou-se docência para a disciplina de Educação e Saúde em cursos de graduação da saúde, no período de agosto/2008 a julho/2011. O tema da violência sexual contra criança foi identificado como relevante para o programa curricular, por referir-se a problema com magnitude epidemiológica e social na atualidade; ser polêmico e extrapolar os limites do potencial interventivo do setor saúde. Assim, a disciplina discutiu sobre: conceitos e tipologias; mitos/estigmas; epidemiologia, agravos e impactos psicossociais; relação com direitos humanos; sinais, sintomas e conduta expressos pela criança em situação de suspeita ou confirmação de vitimização; responsabilidades profissionais e notificação; trabalho em equipe de saúde e em rede intersetorial; prevenção da violência. Utilizaram-se as estratégias rodas de diálogo e debate com profissionais da saúde e de direitos humanos. EFEITOS ALCANÇADOS: As estratégias pedagógicas se mostraram valiosas para problematizar sobre a temática; o que permitiu aos discentes perceberem potencialidades para a atuação no campo da saúde. RECOMENDAÇÕES: O debate sobre violência sexual contra criança no ensino na saúde exige estratégias pedagógicas favoráveis à desmistificação de ideias em torno do fenômeno, que instigue a compreender o problema sob uma perspectiva ampliada – em rede de atenção, proteção e enfrentamento; articulando momentos teóricos e práticos. Logo, se incitará à construção de habilidades para a prática profissional sensível às singularidades dos usuários e com responsabilidade social.