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Caracterização do problema: Em Viçosa, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde realiza ações de promoção à saúde da mulher. Na execução das atividades, percebeu-se que, no âmbito da Estratégia de Saúde da Família (ESF), grande parte dos materiais educativos enfoca a saúde sexual e reprodutiva da mulher. Portanto, há carência de recursos de educação em saúde que fomentem o cuidado integral à mulher contemplando todas as fases de seu ciclo vital e valorizando as dimensões biológica, sociopolítica e cultural no campo da Saúde da Mulher. Para tal, como estratégia de abordagem do tema, optou-se por criar um material impresso denominado "Cartão da Mulher". Descrição da experiência: Trata-se de um estudo qualitativo realizado por discentes do curso de medicina integrantes do PET-Saúde em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) de Viçosa-MG, entre maio/2010 e maio/2011, adotando o referencial teórico-metodológico da hermenêutica-dialética1 e a técnica da observação participante. No escopo do projeto, realizaram-se rodas de conversa, sala de espera, palestras, feiras de saúde, oficinas de sensibilização, visitas domiciliares e acompanhamento de consultas. As observações das ações foram registradas em cadernos de campo e analisadas em reuniões de equipe. Efeitos alcançados: As atividades executadas constituíram-se cenários de intervenção-investigação em que se realizaram ações problematizadoras, criando espaços de diálogo sobre o modo de vida e perspectivas das usuárias, trabalhadores da saúde e acadêmicos. Consegui-se, também, discutir os sentidos atribuídos pelos diferentes atores à produção de saúde/cuidado o que possibilitou a articulação dos saberes popular e técnico e associação dos serviços ofertados pelas UBSF com o que é preconizado pela literatura. Recomendações: O compartilhamento da construção dos conteúdos do “Cartão da Mulher” permitiu a usuárias, acadêmicos e profissionais de saúde tornarem-se sujeitos ativos criando um espaço de interdisciplinaridade, diálogo, reflexão crítica e encorajamento para o cuidado de si, tomada de decisões e autonomia das mulheres frente à saúde. Portanto, é preciso adotar medidas que estimulem a produção local, por parte das equipes da ESF, de materiais e práticas educativas como parte importante do cuidado à mulher.Bibliografia: 1MINAYO MCS. O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco; 2000