Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONSTRUINDO ALTERNATIVAS DE ABORDAGENS EM SAUDE MENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
Aline Rodrigues Reser, Miriam Paz da Cruz, Sonia Denise Romano Jacobs, Sonia Maris Lorenzi

Resumo


Atualmente os marcos legislativos do SUS estabeleceram diretrizes para assistência a saúde mental centrada em recursos comunitários, preconizando a desistitucionalização e o atendimento dos sujeitos em sofrimento psíquico em serviços comunitários. A ESF constitui um serviço que atua com ênfase no vínculo, incorporando ações de promoção e educação para a saúde a fim de melhorar as condições de vida da população. Desde a implantação da ESF na Roselândia, localizado no município de Novo Hamburgo-RS, percebeu-se através dos atendimentos realizados pela equipe a necessidade de criar um dispositivo centrado no coletivo para abordar assuntos relativos às questões de saúde mental. Assim, optamos por utilizar como dispositivo os grupos de saúde. Para divulgar os encontros utilizamos panfletos e cartazes produzidos manualmente e entregues na USF, escolas, estabelecimentos comerciais e nos domicílios. Os primeiros encontros ocorreram na Igreja Católica, quinzenalmente e em alguns deles utilizamos a terapia comunitária para auxiliar nas conversas. Com o passar do tempo percebemos que o número de participantes diminuía. Trocamos o local dos encontros para o CTG, pois as crenças e questões de religiosidade poderiam ser um dos motivos desta diminuição. Porém a troca do local não foi o suficiente para mobilizar a comunidade. Então resolvemos utilizar outras estratégias como: convite em jornal da comunidade, panfletos impressos, faixa e cartazes. Passamos também a realizar dinâmicas e rodas de conversas para estimular os sujeitos a falarem sobre seus problemas e sentimentos. Através desta experiência percebemos que a comunidade apresenta resistência em discutir assuntos relativos à saúde mental. Estas resistências estão associadas ao preconceito relacionado à visão estereotipada relacionada aos conceitos de saúde mental. Somado a isto encontramos outras dificuldades como: falta de formação dos profissionais da ESF em saúde mental, rede de serviços fragilizada e falta de materiais utilizados nos grupos. Apesar das dificuldades o grupo está sendo construído através de profissionais que acreditam que a ESF pode ser um dos componentes da rede de atendimento em saúde mental principalmente por utilizar recursos existentes na própria comunidade.