Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Construindo uma rede de saúde mental intersetorial: relato de uma experiência
Adriana Silva Almeida, Edna Maria Rocha, Patricia Rodrigues Miranda

Resumo


Caracterização do problema: O campo da Saúde Mental pressupõe face sua complexidade esforços no sentido de ampliar sua compreensão para além de uma concepção restrita de assistência focada em geral em atendimentos especializados incluindo referências aos serviços substitutivos CAPS, CAPSAD,CAPSi principalmente caso se tornem únicos referenciais de reabilitação e socialização para os usuários. Assim, a Intersetorialidade enquanto Política Pública e direção de trabalho assume preponderância após a IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial em 2010 sustentando as tentativas territoriais de construção de redes intersetoriais de saúde mental. A atual gestão das Políticas Publicas aponta para a Intersetorialidade ficando a cargo dos gestores municipais implementá-la, sendo princípio que orienta as práticas de construção das redes municipais. A Intersetorialidade pressupõe objetivos claros e definidos, agendas comuns visando ações onde cada setor contribui com sua expertise em prol de uma agenda social mais ampla. Essa mudança de paradigma ainda encontra obstáculos devido à permanência de centralizações e setorizações de algumas ações públicas, no entanto, já aponta avanços. Rede significa uma tessitura com e no território, sugerindo articulação, vínculos, complementariedade e interdependência das ações e serviços a fim da garantia da integralidade da atenção e cuidados, horizontal e longitudinalmente por todas as Políticas Públicas.Descrição da experiência: A partir do Fórum de Saúde Mental Intersetorial da Área Programática 2.2, que pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro corresponde aos bairros da Tijuca, Muda,Usina ,Alto da Boa Vista,Andaraí,Grajaú,Vila Isabel,Maracanã, e Praça da Bandeira , espaço de interlocução com os serviços de Saúde Mental da área e a pós a IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial, intensificamos o contato com outros equipamentos e equipes de outras secretarias municipais e demais instituições sejam filantrópicas, ONGs e /ou OSCIP, privadas. Universidades voltada para a construção de uma rede para além de uma concepção restrita de assistência em saúde mental valorizando experiências coletivas, culturais e inclusivas. Deliberou-se num dos Fóruns a realização de um evento evento chamado: “ Saúde Mental em Rede AP 22 “ Mostra sua Cara” que realizamos na Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, uma feira intersetorial apresentando os serviços da rede contando com a participação de diferentes secretarias mostrando seus trabalhos, Universidade, parceiros privados, usuários dos serviços de saúde mental, e de outros serviços de saúde. Dezoito barracas com objetivo de divulgar o trabalho para a comunidade de uma forma mais lúdica e participativa. Foram oferecidas oficinas e mostra dos materiais produzidos pelos usuários das instituições, rodas de conversa com temas variados, murais informativos dos programas e projetos, dentre outros. Na tenda intersetorial apresentamos trabalhos culturais de usuários e profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social e meio ambiente além de proporcionarmos um espaço para manifestações espontâneas dos participantes da feira e dos passantes da Praça. Efeitos alcançados: O evento proporcionou um fortalecimento da rede e das articulações institucionais. Começamos a pensar em grupos de trabalhos intersetoriais por eixos temáticos para que pudéssemos agregar mais efetividade no levantamento das demandas e em suas respostas. O grupo avaliou positivamente a feira que e começamos a planejar para este ano um Grito de Carnaval intersetorial e uma segunda edição da Feira em um outro espaço do território da 2.2. Este trabalho demonstrou a possibilidade de promoção da saúde na interface com outros agentes públicos e não públicos , galgada na solidariedade de ações, na responsabilidade compartilhada , na valorização dos trabalhadores das áreas de saúde, educação e assistência social e no empoderamento dos usuários e inclusão social. Recomendações: necessidade de entendermos as políticas nas quais estamos inseridos, ações conjuntas a partir das demandas surgidas nos GTs, participação nos Conselhos Distritais de Saúde, Segurança e outros onde encontramos setores da sociedade civil. Integração com as redes locais da assistência.