Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Consulta de enfermagem em planejamento familiar: um estudo de avaliação
Lara Leite de Oliveira, Moema Cordeiro Lima, Liana Mara Rocha Teles, Thaís Marques Lima, Luana Leite de Oliveira, Ana Kelve de Castro Damasceno, Ana Karina Bezerra Pinheiro

Resumo


Introdução: A busca pela excelência na prestação de serviços tem se tornado uma preocupação contínua para os profissionais da área de saúde. Nesse sentido, foi implantada nos estados da Bahia e do Ceará, em 1996, a Metodologia de Melhoria da Qualidade da Atenção à Saúde (PROQUALI), a qual utiliza os instrumentos de reconhecimento da qualidade, conhecidos como Instrumentos de Melhoria de Desempenho (IMD). Trata-se de protocolos da estrutura do serviço e das ações prestadas pela ESF que visam a auto-avaliação e a autogestão. Considerando que, para se adotar um programa de Planejamento Familiar (PF) de qualidade em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), é importante fazer um diagnóstico das necessidades, elaborando-se os seguintes questionamentos: como está ocorrendo o acolhimento e as consultas subseqüentes de planejamento familiar realizadas pelo enfermeiro? As consultas em PF seguem o que preconiza o PROQUALI da SESA-CE? Objetivo: avaliar o acolhimento e consultas subseqüentes de PF realizadas pelo enfermeiro, utilizando o IMD. Método: pesquisa quantitativa, desenvolvida em 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Secretaria Executiva Regional III de Fortaleza-CE. Foram observadas 29 consultas de retorno no programa de PF realizadas por 20 enfermeiros no período de agosto a outubro de 2008. Utilizou-se um formulário pré-elaborado contendo os itens do IMD para a consulta de PF como instrumento de coleta de dados. Resultados: Entre os enfermeiros atuantes no serviço de PF, 17 (85%) eram do sexo feminino, 16 (80%) tinham menos de 10 anos de atuação e 16 (80%) possuíam pelo menos uma especialização. Ao analisar o IMD do acolhimento na consulta de PF, observou-se que em 22 (78%) consultas o acolhimento foi intermediário. Trata-se de um dado preocupante, visto que quando o acolhimento não flui de maneira adequada, a capacidade do profissional de promover um cuidado integral fica comprometida. Ao analisar o IMD das consultas de retorno, teve-se que em 11 (38%) consultas o nível foi intermediário e, em 14 (48%) o nível foi insatisfatório. Esse dado infere na necessidade de uma nova postura a ser adotada pelo enfermeiro durante a consulta de PF, o qual deve estar atendo às queixas trazidas pelo cliente e lançar mão de uma escuta ativa. Conclusão: Observou-se deficiência no acolhimento e atividades clínicas nas consultas de retorno em PF, inferindo a necessidade de investimento na educação permanente sobre a temática PF e humanização da assistência aos profissionais que atuam nessa área.