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Consulta de enfermagem em planejamento familiar: um estudo de avaliação
Resumo
Introdução: A busca pela excelência na prestação de serviços tem se tornado uma preocupação contínua para os profissionais da área de saúde. Nesse sentido, foi implantada nos estados da Bahia e do Ceará, em 1996, a Metodologia de Melhoria da Qualidade da Atenção à Saúde (PROQUALI), a qual utiliza os instrumentos de reconhecimento da qualidade, conhecidos como Instrumentos de Melhoria de Desempenho (IMD). Trata-se de protocolos da estrutura do serviço e das ações prestadas pela ESF que visam a auto-avaliação e a autogestão. Considerando que, para se adotar um programa de Planejamento Familiar (PF) de qualidade em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), é importante fazer um diagnóstico das necessidades, elaborando-se os seguintes questionamentos: como está ocorrendo o acolhimento e as consultas subseqüentes de planejamento familiar realizadas pelo enfermeiro? As consultas em PF seguem o que preconiza o PROQUALI da SESA-CE? Objetivo: avaliar o acolhimento e consultas subseqüentes de PF realizadas pelo enfermeiro, utilizando o IMD. Método: pesquisa quantitativa, desenvolvida em 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Secretaria Executiva Regional III de Fortaleza-CE. Foram observadas 29 consultas de retorno no programa de PF realizadas por 20 enfermeiros no período de agosto a outubro de 2008. Utilizou-se um formulário pré-elaborado contendo os itens do IMD para a consulta de PF como instrumento de coleta de dados. Resultados: Entre os enfermeiros atuantes no serviço de PF, 17 (85%) eram do sexo feminino, 16 (80%) tinham menos de 10 anos de atuação e 16 (80%) possuíam pelo menos uma especialização. Ao analisar o IMD do acolhimento na consulta de PF, observou-se que em 22 (78%) consultas o acolhimento foi intermediário. Trata-se de um dado preocupante, visto que quando o acolhimento não flui de maneira adequada, a capacidade do profissional de promover um cuidado integral fica comprometida. Ao analisar o IMD das consultas de retorno, teve-se que em 11 (38%) consultas o nível foi intermediário e, em 14 (48%) o nível foi insatisfatório. Esse dado infere na necessidade de uma nova postura a ser adotada pelo enfermeiro durante a consulta de PF, o qual deve estar atendo às queixas trazidas pelo cliente e lançar mão de uma escuta ativa. Conclusão: Observou-se deficiência no acolhimento e atividades clínicas nas consultas de retorno em PF, inferindo a necessidade de investimento na educação permanente sobre a temática PF e humanização da assistência aos profissionais que atuam nessa área.