Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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EXPERIÊNCIA NO PET-SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O ACESSO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE A MATERIAIS DIDÁTICOS
Mariana Valls Atz

Resumo


O presente relato objetiva problematizar o acesso de toda Equipe de Saúde da Família (ESF) a informações básicas para seu cotidiano. O trabalho foi pensado a partir de experiências através do programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em uma ESF do distrito Glória/Cruzeiro/Cristal, de Porto Alegre (RS). A aluna de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mariana Valls Atz, que esteve inserida na ESF no ano de 2011, estendeu seu olhar para a forma que materiais didáticos profissionais são distribuídos entre os trabalhadores, enfatizando que isso acontece baseando-se em uma hierarquia de saberes e de maneira não homogênea.A questão do acesso a materiais didáticos surgiu em uma reunião entre a equipe de saúde, a preceptora e a aluna. Um dos pedidos da equipe foi a produção de algum material sobre psicofármacos, que a aluna concordou em fazer. O material, porém, foi guardado, junto com tantos outros, no consultório de Enfermagem à chave. Quando questionado sobre a apropriação de todos aqueles guias e manuais por parte do resto da equipe, foi dito que qualquer profissional poderia buscar os materiais quando quisesse. Analisando que boa parte do dia os consultórios estão ocupados por pacientes e que seria inadequado os outros trabalhadores interromperem a consulta por motivo tão pouco urgente, entende-se que, na verdade, o material fica restrito. Segundo a visão da autora, todos os saberes deveriam ser respeitados, pois cada um pode contribuir para a solução de obstáculos que se colocam no caminho do trabalho em saúde dia-a-dia. Um saber não é mais importante que outro, pois nenhum sozinho pode ter a visão integrada do ser humano, por isso a busca pelo trabalho interdisciplinar. Diante dessa perspectiva, como não permitir que a hierarquia de saberes prejudique o andamento do SUS? Como potencializar o uso dos materiais didáticos? Como “tirá-los dos armários” e proporcionar a ampliação do conhecimento para todos os trabalhadores da saúde em prol da comunidade? Diante do exposto, a autora faz algumas sugestões. Os materiais didáticos deveriam ficar à vista de todos os profissionais, para serem lembrados, lidos e analisados; eles não foram produzidos para ficarem guardados. Bem como, as reuniões de equipe deveriam ser usadas também para discussão dos materiais, para que a toda a equipe possa aumentar seu conhecimento.