Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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FORMAÇÃO (DES) CENTRADA NA EXPERIÊNCIA
Rosilda Mendes, Flavia Liberman, Jaquelina Maria Imbrizi Imbrizi, Angela Aparecida Capozzolo

Resumo


Este trabalho visa apresentar os resultados de uma das categorias de análise da pesquisa intitulada “Formação para o trabalho em saúde: a experiência em implantação nos cursos de graduação – educação física, fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional da Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista”. Financiada pelo CNPq, a pesquisa investigou a proposta de formação do Eixo Curricular Trabalho em Saúde, que mescla estudantes do vários cursos de graduação e aposta na produção de um conhecimento a partir de experiências que possibilitam um exercício crítico das diversas dimensões envolvidas no trabalho em saúde, o que significa colocar em análise o que está em jogo no agir profissional. No decorrer dos três primeiros anos de graduação, com apoio docente, os estudantes são expostos, de diferentes formas, a realizar intervenções de cuidado à pessoas e grupos. Para a investigação foram realizados grupos focais com estudantes e docentes, entrevistas com coordenadores de curso e com as equipes dos serviços. A experiência está sendo compreendia como um processo no qual ocorre a aprendizagem, ou seja, o sujeito incorporou, encarnou certo modo de fazer, sentir e refletir que é singular, e não é, portanto, padronizado. Os resultados foram agrupados em quatro partes: a) o encontro com diferentes modos de viver: a experiência de atuar em áreas de maior vulnerabilidade social; b) a experiência de produzir ações de cuidado; c) experiência e aprendizagem: o inter-jogo teoria-prática e d) a constituição de um modo de atuar em saúde Uma síntese das principais conclusões permitiram observar que da experiência não resulta, um conhecimento sólido e arrogante, e sim um conhecimento mais plástico e consciente de seus limites; não um sistema de convicções e sim um conjunto de referentes provisórios e mutantes, na medida em que ela - a experiência - afeta não só o registro cognitivo de um sujeito, mas também seus sentidos e afetos. Assim, a exposição do estudante às experiências diversas, faz parte de um processo que valoriza a vivência como pressuposto para uma aprendizagem (des) centrada da experiência - que propõe etapas e direciona ações que não pretendem estar centradas em algo, mas que oferecem uma série de possibilidades de criar e recriar sentidos e significados acerca das experiências e dar espaços para as incertezas e para novos começos