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FORMAÇÃO (DES) CENTRADA NA EXPERIÊNCIA
Resumo
Este trabalho visa apresentar os resultados de uma das categorias de análise da pesquisa intitulada “Formação para o trabalho em saúde: a experiência em implantação nos cursos de graduação – educação física, fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional da Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista”. Financiada pelo CNPq, a pesquisa investigou a proposta de formação do Eixo Curricular Trabalho em Saúde, que mescla estudantes do vários cursos de graduação e aposta na produção de um conhecimento a partir de experiências que possibilitam um exercício crítico das diversas dimensões envolvidas no trabalho em saúde, o que significa colocar em análise o que está em jogo no agir profissional. No decorrer dos três primeiros anos de graduação, com apoio docente, os estudantes são expostos, de diferentes formas, a realizar intervenções de cuidado à pessoas e grupos. Para a investigação foram realizados grupos focais com estudantes e docentes, entrevistas com coordenadores de curso e com as equipes dos serviços. A experiência está sendo compreendia como um processo no qual ocorre a aprendizagem, ou seja, o sujeito incorporou, encarnou certo modo de fazer, sentir e refletir que é singular, e não é, portanto, padronizado. Os resultados foram agrupados em quatro partes: a) o encontro com diferentes modos de viver: a experiência de atuar em áreas de maior vulnerabilidade social; b) a experiência de produzir ações de cuidado; c) experiência e aprendizagem: o inter-jogo teoria-prática e d) a constituição de um modo de atuar em saúde Uma síntese das principais conclusões permitiram observar que da experiência não resulta, um conhecimento sólido e arrogante, e sim um conhecimento mais plástico e consciente de seus limites; não um sistema de convicções e sim um conjunto de referentes provisórios e mutantes, na medida em que ela - a experiência - afeta não só o registro cognitivo de um sujeito, mas também seus sentidos e afetos. Assim, a exposição do estudante às experiências diversas, faz parte de um processo que valoriza a vivência como pressuposto para uma aprendizagem (des) centrada da experiência - que propõe etapas e direciona ações que não pretendem estar centradas em algo, mas que oferecem uma série de possibilidades de criar e recriar sentidos e significados acerca das experiências e dar espaços para as incertezas e para novos começos