Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
DESAFIOS EM SAÚDE DA FAMÍLIA PARA A IDENTIFICAÇÃO E O ACOLHIMENTO DE USUÁRIOS DE CRACK E OUTRAS DROGAS
Valéria Raquel Alcantara Barbosa, José Ivo dos Santos Pedrosa, Anna Santana de Sá, Manoel Guedes de Almeida, Sílvia Alcantara Vasconcelos, Michelle Vicente Torres, Anaide Mary Barbosa Santos, Carlene Santos da Silva, Amanda Silva Costa, Nely de Araujo Marques, Dayanne Lucianne Santos e Silva, Iara Tamires Ibiapina Sousa, Amanda Furtado Mascarenhas Lustosa

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A dependência química é um grave e complexo problema de saúde pública na atualidade; de etiologia multifatorial, provoca amplos e, até, irreversíveis danos neuro-psico-biológico-relacionais; gera altos custos socioeconômicos e fortemente ameaça valores políticos, humanos e culturais. A Saúde da Família, porta de entrada do usuário ao Sistema Único de Saúde, destaca-se como espaço para identificar/acolher casos de famílias com usuários de crack e outras drogas, para promover saúde, cuidado longitudinal e co-responsabilização junto aos serviços da rede de saúde para atenção integral e integrada ao problema. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Retrata-se a vivência de profissionais atuantes em uma Unidade de Saúde da Família situada em território marcado por elevada incidência de abuso de crack e outras drogas, na zona leste de Teresina-Piauí, a partir de agosto de 2009. Os usuários de crack e outras drogas no território de adscrição são identificados mediante visitas domiciliares, consultas por especialidades (médico, enfermeiro, odontólogo), relatos feitos por moradores aos Agentes Comunitários de Saúde. O processo de acolhimento aos usuários/famílias envolve consultas de rotina aos sujeitos, inserção/participação destes em grupos operativos na Unidade de Saúde, orientação sobre serviços da rede de saúde para atenção à dependência; acompanhamento longitudinal dos casos. EFEITOS ALCANÇADOS: Apesar da inicial dificuldade para adesão às iniciativas de acolhimento, nota-se expressiva participação dos usuários nos serviços da Unidade de Saúde; porém, comumente, sujeitos dependentes de crack mostram mais frágil vinculação, desistindo da continuidade. Essa conjuntura aponta que o fortalecimento de vínculos com familiares mostra-se estratégia essencial para sensibilizar o usuário à co-responsabilização pelo projeto terapêutico singular. RECOMENDAÇÕES: Identificar e acolher usuários de crack e outras drogas no contexto da Saúde da Família exige correlacionar à abordagem integral dos sujeitos, as perspectivas da territorialidade, articulação entre dispositivos/serviços da rede de saúde, intersetorialidade, parceria com familiares e educação em saúde. Logo, evidencia a relevância de ações de educação permanente em saúde aos profissionais, com vistas a favorecer o aprimoramento de habilidades técnicas para incrementar processos de trabalho/cuidado e da atenção humanizada, crítica e resolutiva – de forma a, efetivamente, realizar clínica ampliada.