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A comunicação é essencial nos relacionamentos sendo uma competência básica para os profissionais de saúde. Apesar da existência de políticas de inclusão social, os profissionais encontram dificuldades para lidar com pessoas surdas e atender suas necessidades de saúde. Nesse estudo identificamos as necessidades de saúde de trabalhadores surdos, evidenciando suas dificuldades no ambiente de trabalho e serviços de saúde. Trata-se de uma pesquisa-ação realizada com 31 trabalhadores surdos de empresa do ramo alimentício em Vila Velha, Espírito Santo, sendo que os dados foram produzidos em oficinas utilizando desenhos, produção de textos, dramatização e expressão corporal. Na discussão sobre o processo de trabalho e sua relação com a saúde foi adotada a técnica do Mapping, que consiste em fazer uma representação gráfica a partir de desenhos, construindo coletivamente três mapas. As oficinas foram registradas em vídeo e as discussões transcritas com o apoio de um intérprete de Libras. Os dados coletados foram apresentados e validados pelo grupo no encontro final. Como suporte teórico para a análise dos dados, adotou-se a taxonomia de necessidades de saúde proposta por Matsumoto. Os dados foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo cumprindo todas as determinações da resolução 196/96. Os resultados evidenciam necessidades de saúde dos trabalhadores surdos que se relacionam à comunicação e ao vínculo entre familiares e profissionais de saúde, bem como aos aspectos do trabalho que interferem na saúde e bem estar desses indivíduos. A importância do trabalho na vida dos sujeitos é evidenciada como um fator de inclusão social importante, entretanto os riscos ergonômicos foram apontados. A sobrecarga de trabalho e o controle do tempo para realizar as necessidades fisiológicas foram reveladas, considerando a necessidade de manter a produtividade. O cuidado familial foi observado como um aspecto importante, evidenciando também que o bem estar dos sujeitos está atrelado ao bem estar da família. A dificuldade de estabelecer vínculo com um profissional de saúde também foi evidenciada pela dificuldade no processo de comunicação. Deste modo, o cuidado junto a esses sujeitos representa um desafio para os profissionais que precisam ampliar seus conhecimentos e habilidades de comunicação para estabelecer vínculos e atender às necessidades de saúde desse grupo.