Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO E EM SAÚDE: O PROJETO BELEZA NEGRA NA IMPLEMENTAÇÃO DAS LEIS 10.639/03 E 11.648/2008
Jose Luiz Cordeiro Antunes, Raphael Monteiro Oliveira, Gabriela Velozo Gomes dos Santos, Luana Asturiano da Silva, Jorge Leandro do Souto Monteiro

Resumo


INTRODUÇÃO: Negr@s fizeram/fazem a história do nosso país. Precisamos vencer a cultura do branqueamento, do silenciamento e da invisibilidade utilizando as teorias críticas, que promovam educação e saúde com a perspectiva do empoderamento, para a emancipação dos afro-brasileiros. Com a Lei 10.639/03 (atual 11.646/08), se cria desafios à Educação Básica e Superior na formação profissional e humana dos trabalhadores da educação e da enfermagem, na medida em que inclui o ensino sobre a História e cultura afro-brasileira no Currículo Escolar de todos os cursos de formação. OBJETIVO: Analisar o Projeto Beleza Negra, como parte da disciplina Raça, Currículo e Práxis Pedagógica (2009-2011) e as Atividades Culturais: Mitologia Africana (2009), em uma instituição de educação superior brasileira (EEAAC/UFF e Faculdade de Educação/UFF) sobre as relações étnicorraciais, chamando atenção para o cuidado transcultural. MÉTODOS: Partimos da tradição filosófica para a compreensão do belo/beleza, fazendo relação com campos da história, estética, psicologia e antropologia, para desconstruir estereótipos criados à população negra, o que repercute na sua autoestima, na sua identidade, nas aprendizagens e no cuidar transcultural. O caminho metodológico também se deu por relações dialógicas, pela escuta sensível, a intervenção social e orgânica, as aulas-passeios, através da pesquisa-ação, culminando com as análises das bricolages de imagens e indicadores sociais. RESULTADOS: Demonstrou-se o papel político que cabe aos educadores na construção de uma concepção emancipatória de educação e de educação em saúde que contemple as questões étnicorraciais da população afrobrasileira e o processo de transformação dos sujeitos cognoscentes, ampliando o conceito e a percepção do belo/beleza, que sai do corpo e/ou das imagens, para o campo das manifestações culturais, pleno de saberes, pensares e fazeres, desmistificando o que é considerado como cultura legítima e a existência de culturas no plural. CONCLUSÃO: É urgente que as universidades assumam a temática como importante à formação de trabalhadores sob sua responsabilidade, não se restringindo à projetos pontuais. São necessárias novas pesquisas sobre o tema e o ensino escolar, sobre o tema e a saúde dos afro-brasileiros, exigindo a atualização e reformulação de materiais didáticos e formação inicial e continuada de seus trabalhadores e dos trabalhadores que forma.