Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Descentralização do Diagnóstico de HIV na Atenção Básica por meio de Testes Rápidos Anti-HIV: Uma estratégia de promover o debate de HIV/AIDS em uma comunidade de Porto Alegre
Thais Maranhão, Gerson Barreto Winkler, Ismael Miranda da Rosa, João Ricardo Hass Massena, Daniel Faccin, Karina Arregui Zilio, Rosa Maria Bittencourt Mayer

Resumo


A cidade de Porto Alegre-RS tem a maior taxa de incidência de AIDS do Brasil - 99,8 por 100 mil hab e possui o maior coeficiente de mortalidade por AIDS de 13,0 por 100 mil hab do país (Ministério da Saúde,2011). Segundo Starfield (UNESCO, 2002) a atenção primaria em saúde tem como diretrizes: longitudinalidade, porta de entrada, vínculo, integralidade e a coordenação do cuidado.Desta forma, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre iniciou um projeto piloto de descentralização do diagnóstico de HIV através de testes rápidos anti-hiv oferecidos pela atenção básica.A Unidade de Saúde da Família Ernesto Araújo está localizada no Morro da Cruz em Porto Alegre-RS, local conhecido pela mobilização social na cidade, e também é um campo de prática da residencia multiprofissional ênfase atenção básica. Esta, em novembro de 2011, iniciou um projeto piloto de aconselhamento, testagem rápida anti-hiv, e prevenção de HIV/AIDS. O projeto desenvolve-se por meio das ações de: 1) Aconselhamento sobre HIV/AIDS, incentivo à realização de práticas de sexo protegido e combate ao preconceito às pessoas infectadas pelo virus;; 2) Testagem rápida anti-hiv na própria unidade de saúde; 3) Acompanhamento periódico das pessoas com HIV na atenção primária e encaminhamento das pessoas com AIDS para atenção especializada com manutenção de vínculo na atenção primária; 5) Formação de profissionais de saúde (residencia) com este conhecimento, que antes era restrito na formação da infectologia; 6) Articulação com sociedade civil organizada para a sensibilização com relação ao tema. A temática HIV/AIDS é trazida pela equipe de saúde de forma transversal às outras atividades realizadas pela unidade de saúde, em todos os grupos de educação em saúde, assim como nas consultas clinicas dos profissionais de saúde e ainda em reuniões/capacitações com lideranças da comunidade.Os resultados preliminares deste projeto apontam para: boa recepção da comunidade para discutir a temática HIV/AIDS; boa adesão à realização do teste rápido anti-hiv; ampliação da clinica da atenção primária e maior possibilidade de adesão ao tratamento e prevenção; e, construção conjunta de ações de saúde com a comunidade. A atenção primária em saúde é potente para realizar ações que contribuam não só na assistência à saúde das pessoas adoecidas como também nos processos de prevenção e promoção à saúde, entre elas o combate ao preconceito às pessoas com HIV/AIDS.