Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Desdobramentos da Doença de Alzheimer na dimensão humana do cuidador familiar
Ester Mendes Silva

Resumo


DESDOBRAMENTOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER NA DIMENSÃO HUMANA DO CUIDADOR FAMILIAR SILVA, Ester Mendes *; TALIM, Regina Cristina Pedroso*; PINTO,Thais Cristina Custodio *; TELES, Maria de Fátima**. *Acadêmicos do oitavo período de Enfermagem do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Endereço eletrônico: mendester@oi.com.br, regina.pedroso35@yahoo.com.br, thaissagarana@hotmail.com **Enfermeira, Docente do curso de graduação em Enfermagem Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Mestre em Educação, Cultura e Organizações Sociais pela Universidade Estadual de Minas Gerais - UEMG, Pós Graduação em Administração da Assistência de Enfermagem em Serviços de Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Pós Graduação em Gestão Hospitalar pela Escola de Saúde de Minas Gerais – ESMG. Endereço eletrônico: fatima.teles@metodistademinas.edu.br INTRODUÇÃO O aumento do envelhecimento populacional tem sido observado, primeiramente, nos países desenvolvidos e, mais recentemente nos países subdesenvolvidos. Dois fatores contribuíram de forma significativa para a mudança do cenário populacional no Brasil: queda da mortalidade em 1940 e diminuição da fecundidade na década de 60, sendo esta uma condição que comprova o aumento de idosos no país (LUZARDO; GORINI; SILVA; 2006). Nesse contexto há um aumento expressivo das doenças crônico-degenerativas. Dentre elas destaque-se a Doença de Alzheimer (DA) (FREITAS et al. 2008. LEMOS; GAZOLLA; RAMOS, 2006). Com a progressão da doença, o portador de DA fica totalmente incapacitado de realizar o autocuidado, ou seja, perde toda a sua funcionalidade para a realização de cuidados básicos pessoais tornando-se dependente de cuidadores e familiares (ROACH, 2003). Para Sena e Gonçalves (2008), o familiar, ao se comprometer em dispensar cuidados ao indivíduo, com a doença de Alzheimer, assume uma responsabilidade que acaba por repercutir em sua saúde física, emocional e social. Ao adquirir mais atividades além daquelas que já fazem parte de sua vida pessoal, o cuidador obtém uma sobrecarga de trabalho. Além disso, exercer esse cuidado pode ser angustiante devido ao processo de vivenciar a evolução degenerativa do familiar. Por isso o cuidador deve procurar ajuda e buscar informações a fim de minimizar os sofrimentos e reduzir os fatores negativos que alteram a sua qualidade de vida (LUZARDO; GORINI; SILVA; 2006). OBJETIVO Descrever os impactos negativos que a Doença de Alzheimer produz na vida do cuidador familiar. METODOLOGIA Trata-se de estudo de revisão bibliográfica, realizado no período de janeiro a novembro de 2011, foram utilizados livros, artigos, manuais e sinopse, publicados e indexados nas bases de dados virtuais consideradas pelos centros internacionais da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Librany Online (SCIELO), banco de dados autárquico, bem como relatos oficiais da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizaram-se os seguintes descritores: doença de Alzheimer; Cuidadores; Família; Enfermagem. Foi encontrado um total de 713 artigos. Sendo utilizado como critério de inclusão: estudos publicados nos últimos oito anos em idioma português e que estivessem com o texto completo, temas específicos e afinidades de assunto com ideias centralizadas dos autores. A partir destes critérios foram selecionados 45, e desses inseridos no estudo 22 publicações. RESULTADOS Constatamos que as publicações analisadas abrangem temas variados, 40% relatam sobre o impacto que a DA pode provocar ao cuidador. As dificuldades encontradas para planejar os cuidados e os afazeres. Embaraço para o autocuidado e a alteração da qualidade de vida. 26,66% mencionam sobre a importância da convivência com o portador de DA, as descobertas sentimentais e o ponto de vista do cuidador familiar. 13,33% descrevem o perfil do cuidador de idosos dependentes. 13,3% falam sobre o processo de envelhecimento e as possíveis conseqüências. 6,66% referem-se sobre as fases da doença e verifica o perfil do doente analisando se este interfere em sua habilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O papel do cuidador é indispensável no contexto saúde-doença, ser o único cuidador torna-se desgastante o ato de cuidar, por isso é relevante haver qualidade em processo de cuidados, tanto para o doente quanto para o cuidador, visto que, as ocorrências e mudanças de hábitos alteram a sua qualidade de vida. A equipe de saúde deve voltar sua atenção para o cuidador com ações que vão desde a capacitação para o cuidado de forma mais eficiente e eficaz. Como oferecer apoio emocional tendo em vista o prognóstico que a doença apresenta. É necessário que se conheça o perfil de cada cuidador, contemplando sua história de vida, as condições sociais em que vivem e como se comportam diante do processo da doença para que o trabalho da equipe multiprofissional tenha bons resultados, portanto é indispensável à continuidade de estudos com os cuidadores informais a fim de encontrar melhores formas de contribuir durante o ato de cuidar e se autocuidar. REFERÊNCIAS FREITAS, Iara Cristina Carvalho; PAULA, Kelvia Coelho Campos de; SOARES, Juliana LimaePARENTE, Adriana da Cunha Menezes. Convivendo com o portador de Alzheimer: perspectivas do familiar cuidador. Rev. bras. enferm. [online]. 2008, vol.61, n.4, p. 508-513. Disponível em: <http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttex&pid=S0034-h71672008000400018&Ing=pt&nrm=isso>. Acesso em: 5 de abr. 2011. LEMOS, Naira Dutra; GAZZOLA, Juliana Maria e RAMOS, Luiz Roberto. Cuidando do Paciente com Alzheimer.: O Impacto da Doença no cuidador . Saudesoc [online]. 2006, vol.15, n.3, p. 170-179. Disponível em: <http: //www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902006000300014&script=sciarttex&tIng=es>. Acesso em: 6 de jun. 2011. LUZARDO, Adriana Remião; GORINI, Maria Isabel Pinto Coelho ; SILVA, Ana Paula SchefferSchell da. Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto contexto - enferm [online]. 2006, vol.15, n.4, p. 587-594. Disponível em: <Http: //www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 07072006000400006&script=sci_ abstract&tlng=pt>. Acesso em: 15 mai. 2011. ROACH, Sally S. Introdução à Enfermagem Gerontológica. Rio de Janeiro: Editora: Guanabara Koogan S.A, 2003. p.178-179. SENA, Edite Lago da Silva; GONCALVES, Lucia Hisako Takase. Vivências de familiares cuidadores de pessoas idosas com doença de Alzheimer - Perspectiva da filosofia de Merleau-Ponty. Texto contexto - enferm. [online]. 2008, vol.17, n.2, p. 232-240. Disponível em: <http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S0104-07072008000200003>. Acesso em: 15 mai. 2011