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Educação em saúde e o processo do empoderamento: uma busca do enfermeiro no ambulatório de tratamento conservador na doença renal crônica.
Resumo
Caracterização do Problema: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública, relacionado à prevalência de hipertensos e diabéticos. Seu plano terapêutico envolve mudanças no estilo e hábitos de vida e pode modificar a história da doença, adiando as terapias de substituição renal (TRS), com impactos positivos individual e coletivamente (1). O acompanhamento com uma equipe de cuidados promove o empoderamento do usuário, compreendido como requisito essencial para efetividade do tratamento (2).Empoderamento significa “conceder poder a; autodeterminação; despertar da consciência”. Implica na participação das pessoas no controle de suas vidas e de sua saúde, tornando-as capacitadas para a tomada de decisões, autoras de sua própria história. O enfermeiro pode contribuir com portadores da DRC ajudando a assumir a responsabilidade que lhe cabe no enfrentamento do processo saúde-doença em sua vida.Descrição da experiência: Em um ambulatório de tratamento da DRC de um Hospital Universitário são desenvolvidas ações de educação em saúde em cenários diversificados. A consulta de enfermagem é destacada neste relato. O acompanhamento ambulatorial objetiva o retardamento da progressão da doença e o preparo para a TRS, quando necessária. A consulta de enfermagem é baseada numa relação dialógica que pressupõe conhecimentos compartilhados entre usuário e enfermeira, onde a profissional lança mão de “tecnologias leves” (3) e a fala, a escuta e interpretações guiam por caminhos capazes de oferecer suporte necessário ao empoderamento do usuário.Efeitos Alcançados: É notório que aqueles acompanhados continuamente pelas enfermeiras têm se tornado mais hábeis em assumir a responsabilidade por seu tratamento. Os usuários relatam ter iniciado atividades físicas, aderido ao tratamento não medicamentoso e resgatado o lazer, começando atividades artesanais para renda familiar, tornando-se corresponsável por seu tratamento. Nota-se a efetividade terapêutica da relação estabelecida, norteada pelo propósito de sanar dúvidas, desmistificar conceitos e aumentar conhecimentos.Recomendações: Recomenda-se que a organização de ambulatórios de cuidados em nefrologia conte com a presença de enfermeiros habilitados a auxiliar no processo de empoderamento do usuário portador de DRC. É essencial que o profissional saiba ouvir, pois essa habilidade é indispensável no cuidado de enfermagem, visto que determina as condutas e plano de ação traçados junto a cada indivíduo (4). Referências1) BASTOS, M. G. et al. 2007. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras, v. 56, n. 2, p. 252.2) TRENTINI M; CUBAS M.R. Ações de enfermagem em nefrologia: um referencial expandido além da concepção biologicista de saúde. Rev. bras. Enferm, Brasília, v. 58, n.4, p. 483, july/aug. 2005. Disponível em: http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672005000400020 3) MERHY, E.E. O ato de governar as tensões constitutivas em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 4, n.2, p. 308, 1999. 4) BOEHSL, A. E. et al. 2007.A interface necessária entre enfermagem, educação em saúde e o conceito de cultura. Rev. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 311, abr./jun. Disponível em: http: //www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a14v16n2.pdf