Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Educação em saúde e o processo do empoderamento: uma busca do enfermeiro no ambulatório de tratamento conservador na doença renal crônica.
Denise Rocha Raimundo, Lidiane Passos Cunha, Gesiane Pires Ivo, Amanda Liliane Chaves da Costa, Michellen Sampaio, Frances Valéria Costa e Silva, Maria Aparecida de Araújo, Rachel Bregman

Resumo


Caracterização do Problema: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública, relacionado à prevalência de hipertensos e diabéticos. Seu plano terapêutico envolve mudanças no estilo e hábitos de vida e pode modificar a história da doença, adiando as terapias de substituição renal (TRS), com impactos positivos individual e coletivamente (1). O acompanhamento com uma equipe de cuidados promove o empoderamento do usuário, compreendido como requisito essencial para efetividade do tratamento (2).Empoderamento significa “conceder poder a; autodeterminação; despertar da consciência”. Implica na participação das pessoas no controle de suas vidas e de sua saúde, tornando-as capacitadas para a tomada de decisões, autoras de sua própria história. O enfermeiro pode contribuir com portadores da DRC ajudando a assumir a responsabilidade que lhe cabe no enfrentamento do processo saúde-doença em sua vida.Descrição da experiência: Em um ambulatório de tratamento da DRC de um Hospital Universitário são desenvolvidas ações de educação em saúde em cenários diversificados. A consulta de enfermagem é destacada neste relato. O acompanhamento ambulatorial objetiva o retardamento da progressão da doença e o preparo para a TRS, quando necessária. A consulta de enfermagem é baseada numa relação dialógica que pressupõe conhecimentos compartilhados entre usuário e enfermeira, onde a profissional lança mão de “tecnologias leves” (3) e a fala, a escuta e interpretações guiam por caminhos capazes de oferecer suporte necessário ao empoderamento do usuário.Efeitos Alcançados: É notório que aqueles acompanhados continuamente pelas enfermeiras têm se tornado mais hábeis em assumir a responsabilidade por seu tratamento. Os usuários relatam ter iniciado atividades físicas, aderido ao tratamento não medicamentoso e resgatado o lazer, começando atividades artesanais para renda familiar, tornando-se corresponsável por seu tratamento. Nota-se a efetividade terapêutica da relação estabelecida, norteada pelo propósito de sanar dúvidas, desmistificar conceitos e aumentar conhecimentos.Recomendações: Recomenda-se que a organização de ambulatórios de cuidados em nefrologia conte com a presença de enfermeiros habilitados a auxiliar no processo de empoderamento do usuário portador de DRC. É essencial que o profissional saiba ouvir, pois essa habilidade é indispensável no cuidado de enfermagem, visto que determina as condutas e plano de ação traçados junto a cada indivíduo (4). Referências1) BASTOS, M. G. et al. 2007. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras, v. 56, n. 2, p. 252.2) TRENTINI M; CUBAS M.R. Ações de enfermagem em nefrologia: um referencial expandido além da concepção biologicista de saúde. Rev. bras. Enferm, Brasília, v. 58, n.4, p. 483, july/aug. 2005. Disponível em: http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672005000400020 3) MERHY, E.E. O ato de governar as tensões constitutivas em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 4, n.2, p. 308, 1999. 4) BOEHSL, A. E. et al. 2007.A interface necessária entre enfermagem, educação em saúde e o conceito de cultura. Rev. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 311, abr./jun. Disponível em: http: //www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a14v16n2.pdf