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O uso de drogas na adolescência tem se tornado um problema de saúde pública, constituindo-se uma grave problemática social não só no Brasil como também em outros países do mundo. A curiosidade, a influência do grupo de pares, o contexto familiar, os aspectos individuais e a mídia têm sido considerados alguns fatores de risco para o uso de drogas entre os adolescentes (Castro; Cunha & Souza, 2011; Malta, et al., 2011; Silva; Dias; Vieira & Pinheiro, 2010; Vieira; Aerts; Freddo & Monteiro, 2008). Neste sentido, este estudo investigou os motivos pelos quais adolescentes brasileiros, oriundos da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul experimentam drogas lícitas e ilícitas. Participaram nove adolescentes, com idades entre 13 e 16 anos (M=14,11; D.P.=1,05), de ambos os sexos, matriculados em uma escola da rede pública. A metodologia de Grupo Focal foi utilizada para embasar esta pesquisa, sendo que os temas abordados durante a intervenção grupal foram: “ser adolescente é?”, “O que penso das drogas...”, “O que leva um adolescente a usar drogas?”, “O que leva a não usar drogas?”, “Cigarro é droga?”, “Álcool é droga?”. O grupo focal teve duração de duas horas, sendo realizado mediante Termo de Concordância da Instituição e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos pais ou responsáveis. Foi realizada uma Análise de Conteúdo (Bardin, 1977) das verbalizações dos adolescentes e, a partir disso, foram construídas as seguintes categorias semânticas: “Drogas e grupo de pares”, “Drogas e as relações familiares”, “Drogas e os sentimentos” e “Drogas e o consumo”. De um modo geral, observou-se de forma mais expressiva que o relacionamento familiar e o grupo de pares interferem na decisão referente à experimentação das drogas. A relação familiar apresentou-se como forte fator de proteção, sendo crucial para que o adolescente sinta-se acolhido e seguro. Em relação ao grupo de pares, os adolescentes apontam a influência deste para a experimentação, uma vez que durante a adolescência há a necessidade de sentir-se pertencente ao grupo, submetendo-se muitas vezes a sua dinâmica. Assim, torna-se fundamental desenvolver estratégias de fortalecimento dos laços familiares, uma vez que estes caracterizam-se como importante fator de proteção, bem como trabalhar na prevenção do uso de drogas nas escolas e nas comunidades, atingindo os grupos de forma ampla, reduzindo fatores de vulnerabilidade, levando à redução da experimentação e do uso contínuo das drogas.Palavras-Chave: Adolescência, drogas, fatores de risco, fatores de proteção, grupo focal. Referências Bardin, L. (1977). A análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes. Castro, M. L. Cunha, S. S. S. Delma, P. O. (2011) Comportamento de violência e fatores associados entre estudantes de Barra do Garças, MT. Revista Saúde Pública [online], 45(6): 1054-1061. Malta, D. C. Porto, D. L. Melo, F. C. M. Monteiro, R. A. Sardinha, L. M. V. Lessa B. H. (2011). Família e proteção ao uso de tabaco, álcool e drogas em adolescentes, Pesquisa Nacional de Saúde dos Escolares. Revista Brasileira Epidemiol, 14(1) Supl.: 166-77. Silva, K.L. Dias, F.L.A. Vieira, N. F. C. Pinheiro, P.N.C. (2010). Reflexões acerca do abuso de drogas e da violência na adolescência. Esc Anna Nery. 14(3): 605-610. Vieira, P. C. Aerts, D. R. G. C. Freddo, S. L. Monteiro, A. B. L. (2008). Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em município do Sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública, 24(11): 2487-2498.