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Fatores desencadeantes da não adesão ao tratamento de Hipertensos e Diabéticos em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo no município de Guarulhos.
Resumo
Introdução: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) atingem a maior parte da população e promovem comorbidades. São assintomáticas, necessitam da participação ativa do paciente e de cuidados minuciosos, o que contribuem para baixa adesão ao tratamento conforme observado no estágio de medicina da Universidade Cidade de São Paulo na Unidade Básica de Saúde (UBS). Objetivos: determinar e entender os fatores da não adesão desses pacientes ao tratamento. Método: os pacientes responderam um questionário, para determinar os fatores da não adesão ao tratamento, composto por três partes: tratamento medicamentoso/monitoramento, restrições/recomendações alimentares e realização de atividade física. Resultados: amostra foi composta por 71 pessoas, 55 mulheres e 16 homens. A prevalência de hipertensos foi de 50,7 %; de diabéticos 43,6 % e de ambas as doenças concomitantes 45,0 %. Todos fazem uso de medicamentos para o controle da HAS e/ou DM, 40,8 % relataram dificuldade na adesão ao tratamento. 94,3 % compareceram às consultas médicas, 92,9 % confiam no médico que os acompanham, porém, somente 77,4 % levaram as recomendações médicas a sério. 94,3 % monitoram a pressão arterial e a glicemia, e 77,6 % o fazem na UBS. 71,8% possuem alguma restrição alimentar, 47,8 % não seguem a recomendação alimentar, sendo a falta de motivação pessoal (44,1 %) a principal justificativa. Foram orientados quanto à realização de atividade física 90,1 %, mas 42,2 % declararam não praticar qualquer atividade, 60 % destes afirmam não terem tempo ou terem alguma doença limitante. Dos que aderiram ao exercício, 60 % o fazem no grupo formado pela UBS. Conclusões: os fatores positivos para a adesão ao tratamento estão vinculados diretamente à UBS, por meio do monitoramento da pressão arterial/glicemia, do grupo de exercícios e aumento da participação dos pacientes no HiperDia. Os fatores desencadeantes para a não adesão foram: falha na orientação e compreensão sobre restrição e recomendação alimentar, falta de motivação pessoal para alterar os hábitos de vida e falta de comprometimento perante as recomendações. Somada a negligência dos pacientes estas doenças se expressam silenciosamente, intensificando a não adesão ao tratamento. A intervenção de especialistas em nutrição e psicólogos facilitaria a adesão.