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O abuso sexual infantil se configura como um fenômeno grave e muitas comprovações têm sido feitas através de estudos atestando para o fato de ser este um problema de saúde pública, sendo muitas as repercussões sociais, emocionais e cognitivas, que não se restringem somente às vítimas, mas a toda rede social e familiar. Dessa forma, o presente artigo objetiva-se em discutir as formas de enfrentamento utilizadas pelas famílias de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual; conhecer os modos de significação dados pelas famílias em caso de abuso sexual contra suas crianças /ou adolescentes e; fomentar discussões sinalizadoras para a necessidade de criação de grupos terapêuticos multidisciplinares para acompanhamento de famílias de crianças e adolescentes vitimizadas por abuso sexual. Foi utilizado um questionário estruturado, junto às mães de crianças vítimas de abuso sexual infantil, usuárias da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de um município do interior da Bahia. Os resultados apontaram para a constatação de que as formas de enfrentamento adotadas pelas famílias participantes indicam uma maneira reducionista de solução para os problemas, na medida em que focaliza tão somente a criança ou o adolescente enquanto alguém que precisa de ajuda e enquanto alguém que sentirá as conseqüências da violência de forma isolada. Portanto, somente com apoio de grupos terapêuticos multidisciplinares voltados a um olhar holístico e ecológico, a sociedade poderá atuar no combate à violência sexual, amparando todo o grupo familiar em políticas concretas e eficazes de enfrentamento, fator que por certo se estenderá a outras gerações futuras, rompendo-se um ciclo cruel que perdura já há muito tempo em nosso país