Tamanho da fonte:
Grupo interdisciplinar para o cadastro e acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos
Resumo
CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) são duas doenças de alta prevalência na população adulta brasileira. A atenção primária à saúde atua como gestora do cuidado, sendo o nível de atenção que coordena as referências aos demais níveis de complexidade, devendo, portanto, garantir o acompanhamento do paciente de forma contínua e organizada. A parceria entre as unidades assistenciais e as universidades é imprescindível para garantir a qualificação constante do cuidado à saúde e capacitação dos profissionais envolvidos. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA Foi criado um grupo para atender pacientes hipertensos e diabéticos com uma das equipes de um Centro de Saúde da cidade de Campinas/SP em parceria com alunos do 1º ano de Medicina e de Fonoaudiologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e seus professores. Inicialmente os alunos foram capacitados para aferição de pressão arterial, teste de glicemia capilar, avaliação do pé, orientação sobre mudanças no estilo de vida e classificação de risco cardiovascular segundo os critérios de Framingham. O grupo foi dividido em cinco estações práticas: estação A (peso, altura, circunferência abdominal, índice de massa corporal); estação B (pressão arterial, glicemia); estação C (avaliação dos pés para pacientes diabéticos); estação D (classificação de risco, avaliação de exames, encaminhamentos); estação E (mudanças de estilo de vida). EFEITOS ALCANÇADOS E RECOMENDAÇÕES Foram atendidos 85 pacientes neste grupo e classificados como alto, médio e baixo risco cardiovascular, sendo 50, 17 e 12 pacientes, respectivamente. Não foi possível classificar o risco de seis pacientes. Os pontos positivos relatados pelos alunos e trabalhadores foram o contato próximo com os pacientes, a realização de anotações em prontuário, a interdisciplinaridade, o vínculo, a qualificação da escuta. Alguns pontos a serem melhorados foram a discussão do papel dos outros profissionais da atenção primária, o acompanhamento integral do paciente pelos alunos nas estações e a criação de oficinas para realização de ambientes para educação em saúde. Através da classificação de risco pôde-se elaborar estratégias de organização do Hiperdia (grupo educativo continuo para pacientes hipertensos e diabéticos), de forma a priorizar o atendimento dos pacientes mais graves, garantindo o acompanhamento longitudinal e o controle das complicações que essas doenças podem gerar.