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As escolas indígenas Kaingang situadas no norte do estado do Rio Grande do Sul, a partir de estudos realizados pesquisadores da UNIJUÍ e UFRGS, tendem a manter pouca diversidade de grupos alimentares nas preparações ofertadas nas escolas, se comparado ao cardápio recomendado para uma alimentação saudável. Também, os escolares tem apresentado baixa estatura e sobrepeso, o que se relaciona a interculturalidade na alimentação. Deste modo, foi identificada a necessidade de desenvolver ações quanto à segurança alimentar na alimentação escolar, de forma articulada com a Comunidade indígena, em consonância à Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Este artigo tem como objetivo relatar a experiência da ação de identificação de alimentos e práticas alimentares tradicionais indígenas Kaingangs como dispositivo na relação com a comunidade indígena e escolar, para introduzir algumas destas preparações na alimentação escolar, fomentar a agricultura familiar indígena no fornecimento de alimentos para a Escola e como meio de sustentabilidade dos Kaingang. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, por meio da sistematização de informações decorrentes da observação e registro em diário de campo na atividade de extensão na comunidade indígena da Guarita e Inhacorá/RS. Foi constituída equipe de trabalho com a participação de indígenas, estudantes e professores do curso de Nutrição e área de educação da UNIJUÍ, realizado reuniões com entidades governamentais e políticas com vistas à permissão para atuação na Comunidade Indígena, articulação e instigação de atores sociais e políticos, para atentar à alimentação escolar, com destaque para Lideranças Kaingangs, Comunidade Escolar, Prefeitura Municipal de Tenente Portela/RS, Conselho de Missão entre Índios, EMATER/RS, dentre outros. A identificação de alimentos, preparações e práticas alimentares tradicionais foi reconhecida como forma de perpetuar a cultura e fomentar a discussão política quanto ao desenvolvimento sustentável indígena, ao produzir e fornecer alimentos para a alimentação escolar. A inclusão de alimentos produzidos na Terra Indígena, e aceitabilidade dos escolares pode contribuir para diminuição da desnutrição, estar em contato com a singularidade da cultura e se deixar singularizar por ela, nesta perspectiva promover a igualdade de direitos sociais, acesso a alimento com qualidade, saudável e sustentável, coerente com a relação que os índios estabelecem com o meio ambiente e proteger a saúde indígena.