Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Integração ensino-serviço-comunidade: aprendendo com o Internato de Medicina Social
Rafaela Cordeiro Freire, Monica Angelim Gomes Lima, Lauro Antonio Porto, Lorene Louise Silva Pinto, Rita de Cássia Pereira Fernandes, Washington Luiz Abreu de Jesus

Resumo


O Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA oferta Internato em Medicina Social (IMS) há 10 anos ampliando a integração ensino-serviço-comunidade desde então. A experiência se constitui em ferramenta na articulação da UFBA com a rede básica em Salvador. Em 2006 o Termo de Cooperação com a SMS/Salvador marca a institucionalização da relação permitindo trazer o internato para a capital e lançando bases para a implantação do novo currículo em 2007. A recente nomeação da Comissão Especial de Saúde, com todos os cursos de saúde da UFBA, assinala outra evolução. O IMS é feito no 5o ano, com 10 semanas, em unidades com Equipes de Saúde da Família (ESF). Pactuou-se entre gestão municipal e UFBA objetivos, responsabilidades, campos de estágio e processo de avaliação partilhado por docentes e equipes. Atualmente 2 Distritos Sanitários são campos de prática, com 4 unidades cada e 2 alunos por equipe em média. Apesar da cobertura da ESF em Salvador estar abaixo de 20%, com média de 150 equipes em 2011 (CNES), sua distribuição no território é irregular e a maior cobertura, cerca de 60%, está no Subúrbio Ferroviário, um dos campos de prática. Destaca-se o acompanhamento de todas as atividades da ESF e não apenas do médico, em tempo integral ao longo da semana, e o desenvolvimento de projetos de cooperação dentro das linhas de ação firmadas com a SMS: ênfase em programas estratégicos (hipertensão e diabetes, homens), atenção por Ciclos de Vida (gestação, adolescentes), prevenção e controle de agravos transmissíveis. Entre as dificuldades enfrentadas em Salvador está a precarização dos vínculos de trabalho na rede, atualmente mantidos por Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho, devido à inexistência de carreira para a ESF, além da falta de seleção de Agentes Comunitários, resultando em áreas descobertas e restringindo a atuação do internato no território. A aprovação do Plano de Carreira da Saúde e a realização de concurso no último ano geram expectativas de crescimento e qualificação da ESF, mas persistem inúmeras dificuldades estruturais na manutenção da ESF e na integração com o restante do sistema. Do lado da UFBA, a recente contratação de docentes permanentes, a necessária integração entre os cursos e entre os módulos do novo currículo, são pautas a debater no fórum de avaliação da mudança curricular. O saldo é a rica vivência na realidade com suas dificuldades e possibilidades de aprendizado.