Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Impactos dos Determinantes Sociais da Saúde na resolutividade da rede atenção básica no município de Porto Alegre: possibilidades e limites da Estratégia de Saúde da Família
Rosangela Barbiani, Roque Junges, Fabiane Asquidamini

Resumo


A proposta desta pesquisa insere-se na temática dos estudos de intervenção sobre estratégias aplicadas a programas e serviços de saúde que visem alcançar grupos populacionais excluídos do ponto de vista socioeconômico, com ênfase em equidade na saúde. O impacto dos fatores sociais na saúde é um dos maiores obstáculos à melhoria dos índices de qualidade e resolutividade das políticas públicas, em âmbito mundial, sendo o trabalho com os determinantes sociais da saúde (DSS) prioridade na agenda da Organização Mundial da Saúde (OMS,2005). O Brasil se destaca neste cenário, seja pelos investimentos em pesquisas, seja pela articulação de suas políticas setoriais, mas os desafios advindos da execução são complexos. Os sistemas de informação permitem mapear o fenômeno, entretanto, se faz necessário criar competências de gestão sobre ele, no conhecimento e compreensão por parte de gestores, trabalhadores e usuários, acerca dos DSS e seus efeitos sobre a saúde( BUSS e PELLEGRINI FILHO, 2007; CNDSS, 2008). Nesse sentido, objetiva-se, com essa pesquisa, elucidar os impactos dos Determinantes Sociais das iniqüidades em Saúde e as alternativas para viabilizar o acesso e a integralidade das ações desenvolvidas nos oito distritos sanitários do município de Porto Alegre, junto ao Programa Estratégia de Saúde da Família (ESF), principal via de reorientação do Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito da política de atenção primária. Por meio de estudo qualitativo do tipo multicasos, pretende-se mapear e analisar as práticas e os itinerários terapêuticos desenvolvidos esclarecendo os mecanismos pelos quais os determinantes sociais geram iniquidades de saúde, bem como identificar ações que possam enfrentá-las. O estudo proporcionará meios para a configuração de modelos de cuidado inovadores, no âmbito da gestão dos processos de trabalho, dos itinerários terapêuticos, das redes e fluxos assistenciais sóciocomunitários e da educação permanente que envolvem o trabalho cotidiano da atenção primária, tendo como horizonte ético a eqüidade na saúde.