Tamanho da fonte: 

Com a aprovação do projeto Pró-Saúde Universidade de Brasília/Secretaria de Saúde do Distrito Federal no ano de 2008, e do PET Saúde Atenção Básica em 2009, os tutores e preceptores do Departamento de Saúde Coletiva articularam as ações destes Programas, no território da região administrativa do Itapoã. Propõe-se apresentar a metodologia dialógica e os resultados de uma experiência que integra ensino-pesquisa e extensão, realizada no período de 2010-2011, com estudantes dos cursos de enfermagem, farmácia, medicina, nutrição e odontologia. Utilizou-se um projeto de pesquisa construído por participantes do PET, que tinha por objetivo analisar a visão dos adolescentes sobre os Determinantes Sociais da Saúde (DSS), no território das Estratégias Saúde da Família (ESF) do Itapoã, e, também, desenvolver as habilidades de escuta, pactuação, responsabilização, promoção da saúde, leitura, comunicação oral, escrita e visual dos estudantes da UnB dos cursos inseridos no Pró-Saúde. A investigação da visão dos adolescentes do Itapoã se deu a partir da aplicação do fotovoz e grupo focal, em quatro encontros, de periodicidade semanal, com duração média de 1,5 hora, com escolares de 10-13 anos. Os resultados da pesquisa qualitativa foram transcritos e categorizados segundo análise de conteúdo temática e apresentados pelos pesquisadores e adolescentes para administradores e trabalhadores da saúde, segurança pública; lideranças comunitárias e comunidade escolar na I Feira de Saúde, Arte e Cultura na Escola Classe 1 do Itapoã. Os resultados foram apresentados utilizando pôsteres, murais, maquetes, jornal e esculturas com material de sucata. Segundo os estudantes UnB, as metodologias dialógicas possibilitaram interpretar e comunicar os sentidos e os significados que os adolescentes atribuem à saúde e aos seus DS. Esta vivência, principalmente, a partir do fotovoz, sensibilizou os futuros trabalhadores da saúde sobre diferentes dispositivos para o estabelecimento de escuta e diálogo com indivíduos e coletivos. A identificação do vínculo afetivo entre “trabalhador da saúde”/pesquisador e população/sujeitos de pesquisa foi relatada com sentimentos contraditórios: misto de prazer e desconforto. A análise e divulgação da visão dos adolescentes contribuiu para o planejamento de ações intersetoriais direcionadas a este segmento. Esta experiência ainda favoreceu o encontro das equipes da ESF e gestores com este grupo populacional.