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A complexidade do campo da saúde se traduz pela diversidade de conhecimentos que o integram, oriundos tanto das ciências biológicas e da saúde, quanto das ciências humanas e sociais. Reduzir essa complexidade a um único paradigma ou disciplina seria desconsiderar tal diversidade, tanto do ponto de vista do aporte teórico requerido na área para a análise das problemáticas de saúde, quanto do ponto de vista da intervenção nestes problemas, ou seja, seria empobrecer a dimensão teórica e prática do trabalho em saúde, fato este que tem colocado em cena o tema da interdisciplinaridade na área. Foi, portanto, a partir desse contexto que se delineou a problemática desse estudo, que tem por objetivo analisar a importância da interdisciplinaridade nas práticas de saúde, a partir de uma pesquisa bibliográfica em bases de dados eletrônicas e impressas. Os resultados evidenciaram que a discussão sobre a interdisciplinaridade na área da saúde tornou-se uma preocupação contínua a partir da década de 1980, com a remodelação do sistema de saúde e a nova concepção de saúde, mostrando-se como uma ferramenta que pode contribuir para efetivação dos princípios do SUS. A interdisciplinaridade inseriu-se na área como uma forma de se abordar determinadas situações ou problemas, através da integração e da articulação de diferentes saberes e práticas gerando uma intervenção comum, horizontalizando saberes e relações de poder, valorizando o conhecimento e as atribuições de cada categoria profissional. Contudo, desafios ainda se impõem para concretizar práticas interdisciplinares, relacionados principalmente a tendência dos profissionais em reproduzir práticas fragmentadas, fruto de uma formação que pouco incentiva o trabalho em equipe, e de não saber negociar e pactuar sem ferir os princípios éticos. Concluiu-se, a partir da literatura, que muito se avançou na discussão sobre o tema na área da saúde, porém não podemos nos furtar ao exercício reflexivo sobre a interdisciplinaridade diante da emergência das demandas que nos são colocadas cotidianamente, mas sim manter acesa essa discussão nos nossos espaços de trabalho, pois a ausência da interdisciplinaridade representa a fragmentação dos dispositivos e das tecnologias em saúde e pode implicar em práticas reificadas.