Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Metodologias participativas em atividades de educação permanente em saúde: instrumentalizando o/a agente comunitário/a para a prática reflexiva
Dyjane dos Passos, Natália Hosana Nunes Rocha, Paula Dias Bevilacqua, Taylla Cristina de Paula Silva, Jaqueline Cardoso Zeferino, Marisa Barletto

Resumo


A educação permanente (EP) parte do pressuposto da aprendizagem significativa, que promove e produz sentidos, sugerindo que a prática profissional deva ser baseada na reflexão crítica da realidade. Assim, a EP é a realização do encontro entre o mundo de formação e o mundo de trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho, tendo sido adotada como ação estratégica para operacionalização da Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS. Esse resumo apresenta reflexões sobre as metodologias participativas utilizadas em um curso de formação, o qual seguiu os preceitos da EP, ministrado pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (NIEG/UFV) aos/às profissionais das quinze equipes de saúde do município de Viçosa-MG. Foram utilizados filmes/músicas-debates, dramatizações e construção dialogada de figuras e textos como metodologias na formação. Busca-se entender se tais metodologias participativas possibilitaram a formação de profissionais, com especial interesse nos/as agentes comunitários/as de saúde (ACS), mais críticos, reflexivos e mobilizadores, capazes de realizar uma prática mais humanizada em saúde. Após o curso, foram realizadas caminhadas transversais (técnica do DRP), observação participante, bem como análise de relatorias construídas a partir das caminhadas e das atividades de formação desenvolvidas pelo NIEG. Observou-se que as metodologias adotadas nas atividades promoveram o emponderamento dos/as ACS a partir da reflexão e apropriação das seguintes temáticas: cidadania, direitos humanos e políticas públicas; participação popular e controle social; família e violência doméstica, sendo que em todas as temáticas ‘gênero’ se apresenta ora como categoria analítica, ora como categoria que opera ações e atitudes. Promoveram também a reflexão sobre questões dadas como naturalizadas, instigando as ACS à problematização da prática profissional e das relações estabelecidas dentro e fora da equipe de saúde. Durante as caminhadas transversais, os/as ACS, em diálogo com os/as usuários/as, falam da importância do seu trabalho, identificando seu papel na equipe de saúde. Entende-se que, quando o/a agente de saúde conhece/reconhece seu papel, afirma sua identidade profissional. Percebe-se a valoração da auto-estima e o reconhecimento do/a ACS como ‘agente’ de práticas sociais, capaz de interferir e até mesmo alterar a realidade local.