Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Monitoramento das Coberturas Vacinais (CV) em menores de 1 ano de idade como estratégia de ensino aprendizado na Residência em Saúde Coletiva
Mariana Carneiro Ardente, Camila Cabral Ponte, Giselle de Vilhena Corrêa, Maria Aparecida Assis Patroclo

Resumo


O Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS) preconiza o monitoramento das Coberturas Vacinais (CV) como atividade de vigilância em saúde na atenção básica, devendo ser feito contínua e regularmente. Para a população menor de 1 ano sua estimativa representa importante indicador cuja análise periódica pode subsidiar avaliação e planejamento de ações garantindo a homogeneidade desejável de imunização. No Complexo da Maré, que ocupava penúltimo lugar no ranking de IDH do município em 2000, existem Unidades Básicas de Saúde (UBS) com serviço de Imunização e uma UBS com serviço de Vigilância em Saúde (VS) que iniciou, em 2002, uma atividade de monitoramento das CVs. Este acompanhamento vem sendo realizado no ensino aprendizado de residentes em Saúde Coletiva da UFRJ, visando capacitação no monitoramento e vigilância das CV em menores de 1 ano na Maré. As CVs foram calculadas dividindo as doses aplicadas pela população menor de 1 ano e expressas em porcentagem. O monitoramento considerou algumas vacinas do calendário básico, aplicadas no período 2002-2010. As residentes identificaram que em 2002 existiam baixas coberturas (65% para BCG, 69% para Sabin, 75% para Tetravalente e Hepatite B e 73% para Tríplice Viral). Nesse período foram realizadas reuniões com responsáveis pelas unidades com Imunização onde eram apresentados e discutidos estes dados, identificadas opiniões dos participantes em relação ao desempenho do programa e convidados palestrantes para abordar assuntos pertinentes, seguindo-se uma melhora relativa nas coberturas de um modo geral. Nos resultados destaca-se a BCG, cujo aumento proporcional relativo foi de 70,8%, atingindo a meta em 2005 (98%) justificado pela ampliação de sua aplicação para todos os dias da semana em ambos os turnos nas UBS e chegando a 111% em 2010, provavelmente devido à procura por população de regiões fronteiriças. Para as demais vacinas, as oscilações nas coberturas não possibilitam identificar tendência de queda ou crescimento. A cobertura de Sabin chegou a 80% em 2005, caindo para 68% em 2010. Tetravalente e Hepatite B mantiveram CVs médias de 76% e 75%, respectivamente, e Tríplice Viral alcançou CVs de 92% em 2008 e 93% em 2010. Após reflexão sobre estas informações foi elaborado e executado pelas residentes um roteiro para diagnóstico das salas de vacina, que possibilitou realizar uma oficina com profissionais destas UBS para elaboração de plano de ação para enfrentamento dos problemas. O monitoramento de CVs por residentes em Saúde Coletiva foi estratégia de ensino aprendizado importante para cálculo de taxas, reflexão sobre o denominador de CV proposto pelo MS, compreensão da necessidade de diagnóstico nas UBS, importância da interlocução da VS com as UBS e de métodos participativos para mudanças na realidade.