Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA EMERGÊNCIA DE UM CENTRO DE HEMODIÁLISE.
Neíse Gonçalves de Magalhães Leite

Resumo


INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA EMERGÊNCIA DE UM CENTRO DE HEMODIÁLISE. Neíse Gonçalves de Magalhães LeiteHospital Municipal Souza Aguiar – neise.leite@gmail.com. Introdução – Manter um estado nutricional dentro dos parâmetros da normalidade no paciente renal, estabelece-se como uma estratégia relevante. Verificar o estado nutricional segundo Índice de Massa Corporal, Percentual de Peso Usual, Adequação de peso segundo a normalidade ponderal do indivíduo, observação quanto aos exames bioquímicos e mensuração das dobras cutâneas, são indicadores importantes para manter uma vigilância neste paciente renal que faz terapia substitutiva. Objetivo – Promover através de consulta nutricional ambulatorial individualizada, prescrição dietética e educação nutricional aos pacientes que iniciam hemodiálise em um Centro de Emergência de Terapia Renal Substitutiva. Promover através de reuniões com familiares e pacientes, conhecimentos de saúde que possam minimizar a doença sob os aspectos sociais, psicológicos, médicos e nutricionais. Método – Foi implantado um protocolo de consulta nutricional segundo metodologia do livro “A Nutrição e o Rim” da autora Cristina Martins, cujas avaliações passam por variáveis desde diagnóstico, comorbidades, data do início da hemodiálise, aspectos do apetite e paladar , recordatório 24 horas nos dias em diálise e interdialíticos, julgamento da compreensão da entrevista pelo doente e seu familiar. Após extensa anamnese, faz-se a medida antropométrica somente do peso e altura e juntamente com a verificação dos exames bioquímicos, calcula-se a dieta respeitando os parâmetros contidos no livro da Cristina Martins, onde já existe quadro pedagógico para escolher os critérios e adotar os valores de macronutrientes e micronutrientes individualizados, segundo o conhecimento do estado nutricional, com objetivo da manutenção de massa corpórea. do paciente).A intervenção acontece por uma amostra espontânea, isto é, os pacientes sabem da existência do serviço ou as enfermeiras encaminham para marcação na agenda Após esta primeira consulta, marca-se para um mês a consulta subseqüente. Costuma perdurar esta sistemática de três a seis meses quando o usuário é encaminhado para a clínica conveniada pelo SUS. A consulta subseqüente se constitui de um formulário de ASG (Ficha de Classificação da Avaliação Subjetiva Global- ASG – cuja fonte é J.Am Soc Nefrol 7(2): 198-207,1996). Iniciou –se as consultas ambulatoriais em janeiro de 2009. A consulta realiza-se duas vezes por mês no início do mês . No mês de junho de 2009, foi realizado um encontro com os familiares e doentes, com o objetivo de promoção de conhecimentos e sanar dúvidas que são importantes para minimizar o sofrimento destes usuários. Participaram do encontro a chefe do serviço, médica nefrologista, a psicóloga e a nutricionista. Cada profissional falando de sua área específica e suscitando perguntas e respostas dos doentes. A parte que coube à Nutrição teve o objetivo de promover educação nutricional no sentido dos alimentos que poderão ser consumidos e na importância do estado nutricional, principalmente da compreensão da utilização dos macronutrientes e micronutrientes de uma forma equilibrada, que se exige nesta doença específica. . Resultados- A maioria dos pacientes são diabéticos e a população é jovem, constituindo-se da faixa etária de 40 a 60 anos, poucos têm mais de 70 anos. A porta de entrada estabelece-se pela emergência do hospital, onde os pacientes ficam por algum tempo internados e constata-se doença renal crônica e a necessidade da hemodiálise, assim, passam a realizar TRS três vezes na semana por quatro horas. No início, o procedimento da diálise nestes pacientes é realizado por cateter no pescoço ou na perna , esperando para colocação da FAV (Fístula Arterio Venosa). Este fato contribui para infecções de repetição associado com a DPC (Desnutrição Energética Protéica) que se instala com a perda ponderal abrupta da doença, ou quando já vêm imunodeprimidos. Esta perda ponderal também se instala em pacientes que eram obesos graves e passam para obesidade leve. A associação da DRC com a anemia, anorexia urêmica, infecções, mudanças abruptas de vida devido à doença, levam ao baixo consumo alimentar e conseqüentemente à desnutrição. Conclusão- O cumprimento das recomendações nutricionais constitui-se de um desafio dificilmente alcançado referido freqüentemente como o mais árduo aspecto do tratamento , no sentido de afetar preferências alimentares e interferir no estilo de vida. O sucesso do tratamento pressupõe uma perspectiva global, e a compreensão de todos os fatores intervenientes e condicionantes da heterogeneidade comportamental que a DRC afeta nos doentes. Esta atuação deste Primeiro Encontro de Consulta Coletiva para a promoção de conhecimentos com os pacientes da hemodiálise deste hospital, se circunscreve nas ações do setor saúde, no contexto da política de alimentação e nutrição, com o objetivo de atuar no tratamento das doenças crônicas produzidas, e com relevância epidemiológica. Diante disto, dar continuidade a este trabalho, realizando pesquisas estatísticas, faz parte da premissa deste trabalho.6- Promoção do desenvolvimento de linhas de investigação e desenvolvimento e capacitação de RH. Referências Riella, Miguel C & Cristina Martins. A Nutrição e o rim Ed Guanabara Koogan S.A. RJ.2001. J Am Soc Nephrol 7 (2): 198-207, 1996. Adequacy of dialysis and nutrition in continuous peritoneal dialysis: association with clinical outcomes. Canadá-USA (CANUSA). Peritoneal Dialysis Study Group.