Tamanho da fonte: 

A Hanseníase é uma doença que pode gerar agravos físicos, emocionais e sociais significativos nas pessoas acometidas quando não atendidas por uma equipe multiprofissional capacitada. O atendimento do paciente com hanseníase deve vislumbrar não só o controle epidemiológico e clínico através da medicalização, mas também as intervenções nas áreas de vigilância e prevenção de incapacidades, evitando e/ou minimizando danos de disfunções físicas, sociais e emocionais. Por ser uma doença altamente incapacitante devido ao comprometimento dos nervos periféricos, provocando perda de sensibilidade e de força muscular, reabsorção óssea e deformidades, intervenções mais imediatas se fazem necessárias. Disfunções nos olhos, mãos e pés dos pacientes acarretam limitações na sua vida cotidiana, nas atividades de vida diária (AVD’s), atividades de vida prática (AVP’s), laborais entre outras. A Terapia Ocupacional em sua especificidade através da tecnologia assistiva, atuará nas limitações de desempenho, avaliando-as, prescrevendo, confeccionando e treinando o uso de órteses e adaptações para esta clientela. Os extencionistas do projeto de extensão em detecção e autocuidados em Hanseníase da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) em João Pessoa/PB desenvolveram em seus atendimentos entre outras atividades, na confecção de adaptações imediatas e de baixo custo para os pacientes com perda de função e neurites hansênicas. Os materiais utilizados em sua grande maioria foram: mangueiras plásticas, tampões de pia, elástico, cabides de arame, emborrachado EVA, e outros materiais, criando, adaptadores de talheres, de copos, barbeadores, tampas de panelas entre outros os quais os pacientes tenham suas necessidades atendidas. Como resultado destas intervenções observou-se o custo baixo e acessível para o trabalho na atenção básica; a maior autonomia e independência dos pacientes em suas atividades do dia-a-dia e melhora na autoestima; prevenção de deformidades e lesões secundárias; maior inserção social destes pacientes; e a importância do terapeuta ocupacional na equipe multidisciplinar no atendimento a hanseníase.