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A investigação teve início ao se identificar uma criança de 10 meses, internada na ala pediátrica de um Hospital de Grande porte na Cidade do Rio de Janeiro, com desnutrição protéico-calórica, pneumonia lombar e uma extensa placa de pus aderente na orofaringe, sugestiva de Difteria. A Investigação seguiu os passos dados no Manual de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde de 2010, e o preenchimento da Ficha de Investigação de Difteria. Identificamos um local de precária condição de moradia, com total ausência de Estado, por se tratar de uma antiga fábrica tomada como moradia por diversas famílias, não há associação de moradores e há uma evidente ausência de segurança pública visto se tratar de uma comunidade semi abandonada e território de consumo e comercialização de drogas. Ao todo foram realizadas quatro visitas domiciliares, pois identificamos entre os comunicantes um portador assintomático. Realizamos coleta de dados por telefone com a mãe da criança a fim de obter o máximo de informações relevantes, objetivando o menor tempo de permanência na comunidade. A família foi bem receptiva, porém com o passar do tempo foi identificado dificuldades em obter informações via telefone. Sendo extremamente necessária a realização das Vds. Foi realizado quimioprofilaxia do portador assintomático. Em cada VD conseguimos a identificação de um novo contato, porém esbarramos em inúmeras dificuldades para que a condução do caso seja dado conforme as normas estabelecidas. A família foi se tornando pouco solícita, o território foi se tornado ríspido para a investigação. Tendo em vista a dificuldade de acesso a família e ao território, o caso foi tomado por encerrado. Porém dados importantes não foram realizados, como a repetição do Swab para conformação de eliminação do bacilo no portador assintomático. A experiência de investigação deste caso se torna a cada passo um novo aprendizado. Sensibilizou toda a equipe por se tratar de uma família jovem, de laços não co-sanguíneos, de comportamento de risco com duas crianças crescendo nesta realidade tão precária. Em cada Vd procuramos sensibiliza-las a procurar seus direitos como cidadãs, como identificação civil, educação, saúde, melhor condição de moradia. Apesar de a cada passo da investigação e frente cada conduta, fosse explicado para os envolvidos os motivos que nos levaram a realizar esses procedimentos, percebemos a inocência deles em não perceber a gravidade da doença que nos levou a essas visitas. Com isso percebemos que a pesar de nossa preocupação ser o bloqueio da disseminação desta doença, para os atores envolvidos esta é talvez a única oportunidade de atenção e acesso a saúde. Bibliografia: Brasil. Manual de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. 2010.