Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O “Outro” na Escola: Uma Análise Comparativa das da Educação Popular e da Escola Forte
Alcimara Benedett, Ivanete Solivo Pavan, Catarina Costa Fernandes

Resumo


Sabe-se da necessidade e urgência de se enfrentar o desafio da inclusão escolar e de colocar em ação meios pelos quais ela verdadeiramente se concretiza. No entanto, ainda são poucas as pesquisas, experiências e práticas educativas, validadas cientificamente, que mostrem como fazer para incluir no cotidiano de uma classe regular. A da pesquisa análisou de forma comparativa os pressupostos filosóficos entre os dois projetos: Educação Popular e Escola Forte Gestão e Excelência em Educação, desenvolvidos no município de Chapecó-SC pela rede municipal de ensino. Ainda resgatou a democratização da escola pública para compreender qual propostas pedagógicas de fato, garantem a inclusão de nossos educandos. Presencia-se no Brasil um momento de transição paradigmática e complexa do contexto social brasileiro, buscando assegurar melhores condições de vida e inserção de todos no contexto educacional. Desta forma, exige também uma quebra de paradigmas e de conceitos e pré-conceitos nas práticas dos próprios educadores. A inclusão expressa uma dimensão de direitos humanos e justiça social que pres­supõe o acesso pleno e a participação de todos nas diferentes esferas da estrutura social, a garantia de liberdade e direitos iguais e o estabelecimento de princípios de eqüidade. Essa concepção situa-se na perspectiva de uma sociedade democrática e na compreen­são do caráter social das relações, considerando a capacidade humana de desenvolver valores de dignidade e cidadania, de respeitar esses pressupostos e de modificá-los na construção do processo social. A inclusão faz parte da realidade nas escolas da rede municipal de educação de Chapecó. No entanto, estas têm demonstrado em suas práticas pedagógicas dificuldades em estar dando conta, de sua função social enquanto políticas inclusivas. Torna-se necessário aprofundar o debate sobre a proposta pedagógica a ser trabalhada com toda a comunidade escolar, bem como o debate sobre a diversidade. Isso implica em buscar compreender a heterogeneidade, as diferenças individuais e coletivas, as especificidades do humano e, sobretudo, as diferentes situações vividas na realidade social e no cotidiano escolar. No município de Chapecó os educandos, pais, educadores, enfim, toda a comunidade da rede municipal de ensino pôde vivenciar, participar das duas Propostas Político-Pedagógicas desenvolvidas pela rede. Sendo ambas muito distintas em sua organização e seu prisma étnico, social e cultural. Neste momento, fazer análise comparativa das mesmas, é a busca por propostas pedagógicas curriculares que demonstrem a nossa capacidade de nos mobilizarmos para por fim ao paternalismo, ao protecionismo, e a todos os argumentos que pretendem justificar a nossa incapacidade de fazer jus ao que todo e qualquer educando merece uma escola capaz de oferecer-lhe condições de aprender, na convivência com as diferenças e que valoriza o que consegue entender do mundo e de si mesmo.