Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O Cinema Cubano pós-revolução: Disputas na construção de uma identidade nacional
Mariana Siracusa Nascimento

Resumo


O presente trabalho se propõe analisar o cinema cubano pós-revolução, tendo como ponto norteador a criação do Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (Icaic), instituição do governo idealizada para contribuir com a formação da uma nova sociedade. O Icaic atuava como um mediador entre a política cultural do governo e o projeto individual dos cineastas e ao longo dos anos foi ganhando cada vez mais força e espaço dentro da sociedade. A relação entre política e arte proporcionada pelo cinema Cubano foi fundamental para o desenvolvimento do novo homem em todos os seus aspectos: econômico, político, social e cultural. O cinema foi capaz de refletir, em algum nível, as disputas e as tensões da sociedade cubana em torno da construção do projeto do socialismo e por isso uma análise dessa, que é considerada a sétima arte, se faz essencial. Com o objetivo de compreender a construção de identidade cubana após 1959 é preciso analisar a relação entre a produção nacional cubana e as produções estrangeiras, tanto de cineastas latino-americanos como soviéticos. A mistura de estilos e gêneros permitiu ao cinema cubano ter uma postura estética variada fruto de uma disputa intrínseca ao processo revolucionário. A discussão sobre o cinema cubano se faz presente no curso de audiovisual da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, fazendo parte da história do cinema latino-americano. O curso pretende descontruir o olhar naturalizado que a sociedade do espetáculo produz sobre as imagens através do cinema e da linguagem audiovisual. A análise do cinema latino-americano e em especial do cinema cubano se encaixa nesse contexto como uma crítica à utilização da imagem nessa sociedade e nos mostra outras possibilidades artísticas.