Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O DESAFIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA EM AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Ana Lúcia Gastaud, Henrique Oliveira e Silva, Karylla Marques de Miranda, Osvaldinete Lopes de Andrade

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Identifica-se a educação em saúde como instrumento importante de empoderamento e mobilização das comunidades quanto à importância do autocuidado, melhoria da qualidade de vida e saúde das mesmas. Envolver efetivamente as famílias nas ações preventivas motivando a adoção de modos de vidas saudáveis, constitui-se em grande desafio da saúde coletiva. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A Liga Acadêmica de Estudos de Saúde da Família da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul avaliou o risco familiar de 239 crianças de até 2 anos idade, a partir do “Critério UFES”, mediante informações da Ficha A do SIAB, de entrevista com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Visitas Domiciliares (VDs). A partir disso, estabeleceu-se metas para acompanhamento das famílias de Risco 3, como avaliação do estado nutricional das crianças e envolvimento em atividades de educação em saúde. Observou-se pouco interesse das famílias em discutir suas dúvidas e necessidades em saúde. Apesar da realização de exames parasitológicos e várias visitas domiciliares, as famílias não aderiram à atividade coletiva de educação em saúde. EFEITOS ALCANÇADOS: Percebeu-se a necessidade de reflexão sobre as razões/motivações e resistências para participação destas famílias, nas atividades propostas. Observa-se um aspecto cultural da população em compreender saúde apenas como ausência de doenças e não sob o enfoque do bem estar e da qualidade de vida. Assim sendo, o acompanhamento das famílias R3 não foi possível como se planejava no campo da promoção e prevenção da saúde. A intervenção em saúde preventiva ocorreu como abordagem familiar durante as visitas domiciliares, não ocorrendo o momento coletivo. Considera-se, contudo, experiência relevante para os acadêmicos de medicina, oportunizando o conhecimento da realidade social das famílias e sua complexa relação com o processo saúde–doença, sob o enfoque comunitário. RECOMENDAÇÕES: É fundamental e necessário no planejamento da educação em saúde, atenção aos entraves de ordem social e cultural que podem limitar a adesão das famílias às ações preventivas em saúde. Devem-se estabelecer estratégias capazes de atuar sobre este conjunto de aspectos citados, visando conscientizar a comunidade sobre a sua responsabilidade pessoal e comunitária na promoção da saúde, em parceria com os serviços de saúde.